ATA DA CENTÉSIMA DÉCIMA
SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA
SEXTA LEGISLATURA, EM 30-11-2015.
Aos trinta dias do mês de
novembro do ano de dois mil e quinze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e
quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida por Bernardino
Vendruscolo, Dinho do Grêmio, Dr. Raul Fraga, Fernanda Melchionna, Idenir
Cecchim, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Jussara Cony, Mônica Leal, Nereu
D'Avila, Paulo Brum e Prof. Alex Fraga. Constatada a existência de quórum, o
Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram
Airto Ferronato, Alberto Kopittke, Antonio Matos, Cassio Trogildo, Clàudio
Janta, Delegado Cleiton, Dr. Goulart, Dr. Thiago, Elizandro Sabino, Kevin
Krieger, Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa, Mario Manfro, Mauro Pinheiro,
Mendes Ribeiro, Paulinho Motorista, Reginaldo Pujol, Rodrigo Maroni, Tarciso
Flecha Negra e Waldir Canal. Após, foi apregoado o Ofício nº 1224/15, do
Prefeito, encaminhando o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 025/15
(Processo nº 2634/15). A seguir, foi apregoado Requerimento de autoria de
Guilherme Socias Villela (Processo nº 2672/15), solicitando autorização para
representar externamente este Legislativo, do dia vinte e oito de novembro ao
dia seis de dezembro do corrente, na Vigésima Primeira Conferência do Clima, em
Paris, França, com custeio de viagem. Também, foram apregoados Requerimentos de
autoria de Rodrigo Maroni (Processos nos 2720 e 2721/15),
solicitando autorização para representar externamente este Legislativo, do dia
seis ao dia onze de dezembro do corrente, no Primeiro Congresso
Interdisciplinar de Direitos Animais e em visita à Fundação Ambiental de Área
Costeira de Itapema, em Florianópolis – SC –, com custeio de viagem. A seguir,
o Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, a Luiz Carlos Corrêa da
Silva e Mauro Kwitko, representando a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia
de Porto Alegre, que discorreram sobre o Projeto Visibilidade Zero para Álcool
e Cigarros. Em continuidade,
nos termos do artigo 206 do Regimento, Jussara Cony, Dr. Goulart, Dr. Raul
Fraga, Antonio Matos, Mônica Leal, Dr. Thiago e Alberto Kopittke manifestaram-se
acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Os trabalhos foram
suspensos das quatorze horas e cinquenta e dois minutos às quatorze horas e
cinquenta e quatro minutos. Após, foram aprovados Requerimentos verbais
formulados por João Bosco Vaz e Paulinho Motorista, solicitando alterações na
ordem dos trabalhos da presente Sessão. Em continuidade, foi iniciado período
de COMUNICAÇÕES, hoje destinado, nos termos do Requerimento nº 139/15 (Processo
nº 2522/15), de autoria da Mesa Diretora, a homenagear a Associação Gaúcha de
Futsal para Cegos – AGAFUC –, que se sagrou campeã da Copa Caixa Loterias de
Futebol de 5 – Série A. Compuseram a Mesa: Paulo Brum, presidindo os trabalhos;
e Pedro Antônio Beber e Rafael Astrada de Dorneles, Presidente e
Vice-Presidente da AGAFUC, respectivamente. Em COMUNICAÇÕES, pronunciou-se João
Bosco Vaz. A seguir, Rafael Astrada de Dorneles manifestou-se acerca da
presente homenagem. Após, o Presidente convidou João Bosco Vaz a proceder à
entrega, a Pedro Antônio Beber, de Diploma alusivo à presente homenagem. Em
COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se Nereu D'Avila e Airto Ferronato, este em tempo
cedido por Paulinho Motorista. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se
Bernardino Vendruscolo, Clàudio Janta, Mônica Leal, Rodrigo Maroni e Dr.
Thiago. Após, foi iniciado período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado, nos termos
do Requerimento nº 145/15 (Processo nº 2648/15), de autoria de Idenir Cecchim,
a assinalar o transcurso do quadragésimo aniversário do Departamento Municipal
de Limpeza Urbana – DMLU. Compuseram a Mesa: Paulo Brum, presidindo os
trabalhos, e André Carús, Diretor do DMLU. Em COMUNICAÇÕES, pronunciou-se Idenir
Cecchim. Após, o Presidente convidou Idenir Cecchim a proceder à entrega, a
André Carús, de Diploma alusivo à presente homenagem, concedendo a palavra a
Sua Senhoria, que se pronunciou acerca da presente solenidade. Os trabalhos foram suspensos das
dezesseis horas e trinta e oito minutos às dezesseis horas e trinta e nove
minutos. Às dezesseis horas e quarenta e um minutos, constatada a existência de
quórum deliberativo, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação
Nominal, foi rejeitado o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 027/13
(Processo nº 2184/13), considerando-se mantido o Veto Parcial oposto, por seis
votos SIM e vinte e dois votos NÃO, após ser discutido por Lourdes Sprenger,
tendo votado Sim Alberto Kopittke, Antonio Matos, Fernanda Melchionna, Marcelo
Sgarbossa, Prof. Alex Fraga e Rodrigo Maroni e votado Não Airto Ferronato, Bernardino
Vendruscolo, Cassio Trogildo, Delegado Cleiton, Dinho do Grêmio, Dr. Goulart,
Dr. Raul Fraga, Dr. Thiago, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel,
Jussara Cony, Kevin Krieger, Lourdes Sprenger, Mendes Ribeiro, Mônica Leal,
Nereu D'Avila, Paulinho Motorista, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Tarciso Flecha
Negra e Waldir Canal. Após, foi aprovado Requerimento verbal formulado por
Waldir Canal, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante
na Ordem do Dia. Em Votação, foi apreciado o Projeto de Lei do Legislativo nº
012/09 (Processo nº 0674/09). Foi aprovada a Emenda nº 01 aposta ao Projeto de
Lei do Legislativo nº 012/09. Foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº
012/09. Em Discussão Geral e Votação, foi apreciado o Projeto de Lei do
Executivo nº 035/15 (Processo nº 2350/15), após ser discutido por Lourdes
Sprenger, Airto Ferronato, este duas vezes, Bernardino Vendruscolo, Alberto
Kopittke, Jussara Cony, esta duas vezes, Fernanda Melchionna, Reginaldo Pujol,
Clàudio Janta e Marcelo Sgarbossa. Durante a apreciação do Projeto de Lei do
Executivo nº 035/15, Paulo Brum, Rodrigo Maroni e Prof. Alex Fraga cederam seus
tempos de discussão a Airto Ferronato, Jussara Cony e Fernanda Melchionna,
respectivamente. Na ocasião, foram apregoados os seguintes Requerimentos,
solicitando a votação em destaque de Emendas apostas ao Projeto de Lei do
Executivo nº 035/15: de autoria de Marcelo Sgarbossa, relativo às Emendas nos
66, 68, 145, 146, 149, 150 e 151; e de autoria de Antonio Matos, relativo às
Emendas nos 79, 138 e 154. Também, foi apregoado o Projeto de Lei do
Legislativo nº 266/15 (Processo nº 2755/15), de autoria da Mesa Diretora.
Ainda, foi apregoado o Ofício nº 1321/15, do Prefeito, comunicando que se
ausentará do Município das sete horas às treze horas e cinquenta e três minutos
do dia três de dezembro do corrente, ocasião em que participará da solenidade
de lançamento oficial do Índice de Cidades Empreendedoras do Brasil e de painel
de discussão com prefeitos, em São Paulo – SP. Após, foi aprovado Requerimento
verbal formulado por Kevin Krieger, solicitando que as Emendas apostas ao
Projeto de Lei do Executivo nº 035/15 com parecer da Comissão de Economia,
Finanças, Orçamento e Mercosul pela aprovação fossem votadas conjuntamente, por
vinte e dois votos SIM, em votação nominal solicitada por Clàudio Janta, tendo
votado Airto Ferronato, Alberto Kopittke, Antonio Matos, Bernardino
Vendruscolo, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Dr. Goulart, Dr. Raul Fraga,
Elizandro Sabino, Fernanda Melchionna, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz, João
Carlos Nedel, Jussara Cony, Kevin Krieger, Marcelo Sgarbossa, Mendes Ribeiro,
Mônica Leal, Paulinho Motorista, Prof. Alex Fraga, Reginaldo Pujol e Tarciso
Flecha Negra. Foi votada destacadamente e aprovada a Emenda nº 61 aposta ao
Projeto de Lei Executivo nº 035/15, por treze votos SIM, quatro votos NÃO e
seis ABSTENÇÕES, após ser encaminhada à votação por Clàudio Janta, em votação
nominal solicitada por Clàudio Janta, tendo votado Sim Alberto Kopittke,
Antonio Matos, Bernardino Vendruscolo, Clàudio Janta, Dr. Goulart, Dr. Raul
Fraga, Fernanda Melchionna, Jussara Cony, Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa,
Mauro Pinheiro, Prof. Alex Fraga e Tarciso Flecha Negra, votado Não Airto
Ferronato, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel e Mônica Leal e optado pela
Abstenção Cassio Trogildo, Elizandro Sabino, Idenir Cecchim, Kevin Krieger,
Mendes Ribeiro e Paulinho Motorista. Foi votada destacadamente e rejeitada a
Emenda nº 62 aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 035/15, por nove votos
SIM, onze votos NÃO e três ABSTENÇÕES, após ser encaminhada à votação por
Clàudio Janta, Airto Ferronato e Antonio Matos, em votação nominal solicitada
por Clàudio Janta, tendo votado Sim Alberto Kopittke, Antonio Matos, Bernardino
Vendruscolo, Clàudio Janta, Fernanda Melchionna, Jussara Cony, Lourdes
Sprenger, Marcelo Sgarbossa e Prof. Alex Fraga, votado Não Airto Ferronato,
Cassio Trogildo, Dr. Goulart, Elizandro Sabino, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz,
João Carlos Nedel, Kevin Krieger, Mendes Ribeiro, Mônica Leal e Paulinho
Motorista e optado pela Abstenção Dr. Raul Fraga, Reginaldo Pujol e Tarciso
Flecha Negra. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 66 aposta ao
Projeto de Lei do Executivo nº 035/15, por oito votos SIM, doze votos NÃO e
duas ABSTENÇÕES, após ser encaminhada à votação por Prof. Alex Fraga e Airto
Ferronato, em votação nominal solicitada por Kevin Krieger, tendo votado Sim
Alberto Kopittke, Antonio Matos, Clàudio Janta, Dr. Goulart, Fernanda
Melchionna, Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa e Prof. Alex Fraga, votado Não
Airto Ferronato, Cassio Trogildo, Elizandro Sabino, Idenir Cecchim, João Bosco
Vaz, João Carlos Nedel, Kevin Krieger, Mendes Ribeiro, Mônica Leal, Paulinho
Motorista, Reginaldo Pujol e Waldir Canal e optado pela Abstenção Delegado
Cleiton e Tarciso Flecha Negra. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda
nº 68 aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 035/15, por oito votos SIM, doze
votos NÃO e duas ABSTENÇÕES, após ser encaminhada à votação por Prof. Alex
Fraga e Airto Ferronato, em votação nominal solicitada por Jussara Cony, tendo
votado Sim Alberto Kopittke, Antonio Matos, Clàudio Janta, Fernanda Melchionna,
Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa, Mauro Pinheiro e Prof. Alex Fraga, votado
Não Airto Ferronato, Delegado Cleiton, Dr. Goulart, Elizandro Sabino, Idenir
Cecchim, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Kevin Krieger, Mendes Ribeiro,
Mônica Leal, Paulinho Motorista e Reginaldo Pujol e optado pela Abstenção
Cassio Trogildo e Tarciso Flecha Negra. Foi votada destacadamente e rejeitada a
Emenda nº 79 aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 035/15, por nove votos
SIM, doze votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhada à votação por Antonio
Matos, em votação nominal solicitada por Clàudio Janta, tendo votado Sim
Alberto Kopittke, Antonio Matos, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dr. Goulart,
Fernanda Melchionna, Marcelo Sgarbossa, Mauro Pinheiro e Prof. Alex Fraga,
votado Não Airto Ferronato, Cassio Trogildo, Elizandro Sabino, Idenir Cecchim,
João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Kevin Krieger, Mendes Ribeiro, Mônica Leal,
Paulinho Motorista, Reginaldo Pujol e Waldir Canal e optado pela Abstenção
Tarciso Flecha Negra. Após, foi apregoado o Memorando nº 046/15, de autoria de
Jussara Cony, informando, nos termos dos §§ 6º e 7º do artigo 227 do Regimento,
sua participação, nos dias primeiro a cinco de dezembro do corrente, na Décima
Quinta Conferência Nacional de Saúde, no Centro de Convenções Ulysses
Guimarães, em Brasília – DF. Também, foi apregoado o Memorando nº 039/15, de
autoria de Alberto Kopittke, informando, nos termos dos §§ 6º e 7º do artigo
227 do Regimento, sua participação, nos dias dois a quatro de dezembro do
corrente, no Primeiro Colóquio de Segurança Pública para o Brasil, em Belo
Horizonte – MG. Ainda, Clàudio Janta formulou Requerimento verbal solicitando a
realização de sessão extraordinária, o qual foi indeferido pela Presidenta.
Durante a sessão, Bernardino Vendruscolo manifestou-se acerca de assuntos
diversos. Às dezoito horas e cinquenta e dois minutos, esgotado o tempo
regimental da presente Sessão, a Presidenta declarou encerrados os trabalhos,
convocando os vereadores para a sessão ordinária da próxima quarta-feira, à
hora regimental. Os
trabalhos foram presididos por Paulo Brum, Mauro Pinheiro, Waldir Canal e
Jussara Cony e secretariados por João Carlos Nedel. Do que foi lavrada a
presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo 1º
Secretário e pelo Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Paulo Brum): Passamos à
A Tribuna Popular de hoje terá a presença da
Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre que tratará de assunto
relativo ao projeto Visibilidade Zero para Bebidas Alcoólicas e Cigarros. O tempo
regimental de 10 minutos para manifestação será dividido entre dois oradores. O Sr. Luiz Carlos Corrêa da Silva e a Sr. Mauro Kwitko estão com a
palavra.
O SR. LUIZ CARLOS CORRÊA DA SILVA: Boa tarde, Sr. Presidente da Sessão,
senhoras e senhores, Vereadores e demais presentes. O que nos traz aqui em nome
da Santa Casa de Porto Alegre? O assunto é “Visibilidade Zero para Bebidas
Alcoólicas e Cigarros”, que é um assunto mais do que conhecido de todos nós,
que é aquilo que tem levado os nossos jovens, ainda nos dias de hoje, no caso
do tabagismo, a iniciar a fumar, sabendo de todos os problemas que isso lhes
causará nos seus futuros. As entidades que estamos aqui representando, além da
Santa Casa de Porto Alegre, são entidades médicas: a Associação Médica
Brasileira, a Sociedade Brasileira de Pneumologia, organizações governamentais
como o Instituto Nacional do Câncer – Inca, e a Comissão Nacional para Implementação da
Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco - Conicq. Somos um cidadão e um
médico já há muito cansados de ficar esperando que aconteça aquilo que os
outros não vão fazer, se nós próprios não fizermos. Não mais aceitamos ganhos
econômicos ou quaisquer outros interesses que continuem tentando justificar
graves danos à saúde, com alta mortalidade, como acontecem nos casos do
tabagismo e do alcoolismo. Alguns podem achar que essa proposta é uma utopia.
Hoje pode parecer, mas amanhã, não. Poderemos transformar para melhor a nossa
Cidade e o mundo em que vivemos, e é para isso que estamos aqui. Eu tenho a
certeza de que a representatividade dos Vereadores desta Cidade está focada na
melhoria da vida das pessoas da nossa comunidade. Já conseguimos muitas
mudanças em outros setores, as quais há poucas décadas não acreditávamos, como
os ambientes sem fumaça de cigarro. Neste próprio ambiente, há 30 anos, haveria
aqui pessoas fumando de uma forma inadvertida. Hoje a ciência mostrou que o
fumo passivo também causa danos; por isso, não se fuma mais aqui dentro. Cinto
de segurança: há quatro décadas nós não usávamos. A ciência nos mostrou os
levantamentos de mortalidade em que usar ou não usar cinto dá uma diferença
muito grande nos acidentes. E sobre não dirigir embriagado, que era, e é até
hoje, uma coisa contestada por alguns, a maioria está cada vez aceitando mais.
Então, vejam que a sociedade passa por fases e se desenvolve. Poderá ser de uma
forma inadequada se nós permitirmos, mas poderá ser de uma forma mais ajustada
se nós comprovarmos para as pessoas, através de educação, informação e
pesquisa, que é melhor um caminho do que o outro.
Ainda hoje morrem 6 milhões de pessoas por doenças
associadas ao cigarro por ano no mundo. Ainda hoje no Brasil nós temos 22
milhões de fumantes. Já foi mais, mas vejam bem, o nosso País, em matéria de
tabagismo, tem avançado até em melhores condições do que países socialmente,
politicamente e até economicamente mais adiantados. Por quê? Porque há uma
consciência coletiva, existem leis, existe algo maior que faz com que as
pessoas reflitam e façam aquilo que é melhor para a sua vida e para a sua
saúde. Hoje no Brasil nós temos mais ex-fumantes do que fumantes propriamente
ditos. Por quê? Porque existe uma legislação, existe um processo educativo,
existe uma continuidade nessa questão.
O que é que estamos propondo? Que se proíba a
escancarada promoção de cigarros e de bebidas alcoólicas nos pontos de venda
que atualmente é muito ostensiva em todos os locais, particularmente, para os
nossos jovens, porque aí é o momento em que as coisas iniciam para o lado bom,
que é não usar drogas, não usar cigarro nem álcool e evitar suas decorrências;
ou usar simplesmente porque a exposição e, de certa forma, a estimulação ainda
são muito grandes.
Alguns dados justificam nossa proposta, porque se
sabe que a maioria dos pontos de venda de cigarro está próxima de uma escola ou
de uma universidade. Por quê? As companhias tabagistas sabem que têm que
iniciar os jovens nessa linha para serem consumidores de seus produtos. Então,
eu faço um apelo para esta Câmara; obviamente, eu não sou da área política, sou
da área da Saúde, mas, simplesmente, estou tentando trazer uma ideia, junto com
o Dr. Mauro Kwitko – que é o mentor, por assim dizer, dessa proposta –, de que
o setor político da cidade de Porto Alegre repense mais se esse não é um
caminho a seguir. Porto Alegre poderá ser a primeira cidade de grande porte do
mundo a ter uma legislação e um olhar para esse lado, principalmente, do nosso
jovem. Eu sei que isso aqui não é fácil, é complexo, envolve múltiplos
interesses, como, aliás, no nosso País e no mundo de hoje não há nada que não
envolva múltiplos interesses, principalmente, quando a questão financeira fala
muito alto. Mas nós não podemos deixar que o setor financeiro comande a nossa
vida, a nossa saúde e o nosso destino. Muito obrigado por enquanto.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. MAURO KWITKO:
Boa tarde, senhores e senhoras, sou médico psicoterapeuta; quero
agradecer, inicialmente, a Deus pela oportunidade que estou recebendo de trazer
a vocês um presente que pode transformar Porto Alegre na primeira cidade do
Brasil onde a bebida alcoólica e o cigarro sejam invisíveis ao nossos olhos
como qualquer outra droga. A maconha, a cocaína, o crack existem, são vendidas, são usadas, mas não são visíveis.
Ninguém entra no supermercado que tenha prateleiras de maconha, de cocaína, de crack e outras coisas. Por que essas
duas drogas que são, talvez, a piores drogas, que mais afetam a nós – e aqui
temos pais, mães, avós e tantas pessoas que têm cuidado e responsabilidade com
filhos, com netos – são permitidas a sua visibilidade? Eu acredito que ninguém
pode negar o fato de que se Porto Alegre tiver esse projeto de Bebidas
Alcoólicas e Cigarro - Visibilidade Zero onde existam essas drogas, mas que não
sejam visíveis, como há cidades nos Estados Unidos e na Europa, onde, quando
uma pessoa entra no supermercado e quer adquirir uma bebida alcoólica, não está
exposta, ela vai ao local privativo, adquire a sua bebida, paga lá, embala num
papel pardo e sai sem a marca. Eu acho que ninguém pode discordar dessa ideia,
que ela é tão óbvia, ela é tão simples, mas compete a vocês, Vereadores e
Vereadoras, fazer com que se cumpra o destino para Porto Alegre, que Porto
Alegre seja a primeira Cidade do Brasil. Esse é um momento histórico; nós
estamos aqui ousadamente trazendo para vocês esse presente, para que vocês assumam
esse papel e nos ajudem a salvar os nossos jovens desse verdadeiro multicídio
que é provocado por essas empresas.
(Procede-se à apresentação em PowerPoint.)
O SR. MAURO
KWITKO: O projeto Visibilidade Zero para Bebidas Alcoólicas e
Cigarros fará com que Porto Alegre seja
a primeira Cidade no Brasil onde será obrigatório que as bebidas alcoólicas e o
cigarro estejam escondidos dos nossos olhos e dos nossos ouvidos. Nunca mais
haverá bebidas alcoólicas e cigarro expostos em outdoors e indoors,
supermercados, restaurantes, bares, padarias, incluindo expositores, boxes, banners, balcões, mesas, cadeiras, freezers, em lojinhas de conveniência,
em postos de gasolina, em aeroportos, em rodoviárias, em estádios e ginásios
esportivos. Nunca mais haverá anúncios em rádios, jornais e televisões. Os
caminhões transportadores dessas drogas para os locais de venda não poderão
ostentar em sua carroceria o seu conteúdo, os engradados ou caixas ou pacotes
de bebida ou cigarro, adquiridos em supermercados ou bares, estarão lacrados e
envoltos em embalagem para não evidenciar o seu conteúdo, etc. Visibilidade
zero, meus amigos e minhas amigas, significa, literalmente, visibilidade zero!
O projeto Visibilidade Zero para Bebidas Alcoólicas e Cigarros, além da proibição à visibilidade, visa a divulgar e sedimentar uma
concepção alinhada aos novos tempos, de uma consciência espiritual, que propõe
a fidelidade de todos nós ao que nos ensinam os grandes mestres e seres
especiais, criadores das várias religiões e concepções espirituais às quais
estamos todos vinculados. A maioria de nós segue as religiões cristãs,
incluindo os produtores das matérias-primas para a fabricação dessas drogas – a
cana-de-açúcar, a cevada, o tabaco –, os donos e funcionários das fábricas,
onde elas são manufaturadas, as pessoas que trabalham na distribuição dessas
drogas, as que trabalham no marketing
e propaganda, os que comandam e os que trabalham nos órgãos midiáticos, os
proprietários e funcionários dos locais de venda, todos os que afirmam acreditar
em Deus e seguir a Jesus podem provar isso a si mesmos. Esse projeto quer
colaborar nesse processo. As pessoas que cultivam as matérias-primas
podem decidir mudar o plantio e passar a cultivar alimentos. O que prega o seu
padre, o seu pastor, o dirigente espiritual de seu centro? Eles lhes dizem, nos
sermões, nas palestras, nos cultos, que devem adoecer, mutilar, envenenar,
matar os seus irmãos? Ou que devemos nos amar, cuidar uns dos outros, nos
ajudar mutuamente, porque somos todos filhos de Deus e devemos nos unir, nos
respeitar? Os donos e os gerentes das fábricas de bebidas alcoólicas e
cigarros, pessoas inteligentes, não conseguem pensar em algo saudável e
benéfico para produzir? Por que fabricam venenos se podem fabricar produtos que
ajudem, que beneficiem os seus irmãos? Os funcionários dessas fábricas podem,
em um tempo hábil, mudar de ramo, de trabalho e se dirigir ao setor de pessoal
para pedir demissão, explicando o motivo. Isso pode parecer utópico, pode
parecer impossível, mas é perfeitamente possível. Os proprietários de empresas,
os distribuidores de mercadorias, as empresas de marketing, os órgãos de imprensa, etc.
Bom, aproveitando o tempo que está se esgotando, eu
quero pedir encarecidamente aos irmãos, Vereadores e Vereadoras, que abracem e
aprovem esse projeto, que fará de Porto Alegre a primeira cidade do Brasil um
exemplo para todo o País e para todo o mundo, com bebida alcoólica e cigarro
completamente invisíveis aos nossos ouvidos e aos nossos olhos, diminuindo
drasticamente o seu consumo e todos os malefícios que sabemos que essas drogas
fazem, assim como a sua visibilidade. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.).
O SR.
PRESIDENTE (Paulo Brum): Obrigado, Sr. Mauro. A Ver.ª
Jussara Cony está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. JUSSARA
CONY: Sr. Presidente, tenho enorme satisfação de poder estar aqui, neste
microfone de apartes, em nome do Partido Comunista do Brasil. Também, Sr.
Presidente – V. Exa. é o 1º Vice-Presidente e eu sou a 2ª Vice-Presidente –,
acho que as nossas Mesas Diretoras, a atual e a futura, têm que ter um olhar
sobre a demanda que está sendo trazida pelo Dr. Luiz Carlos Corrêa da Silva e
pelo Dr. Mauro Kwitko. Para mim, é difícil chamá-los de doutores, porque são
amigos de longo tempo. Eu fui funcionária da Universidade Federal do Rio Grande
do Sul, e a turma ATM 69, já na
segunda vez em que fui homenageada – eu sou a funcionária administrativa
homenageada pela turma que hoje está aqui representada pelo Luiz Carlos Corrêa
da Silva. Aliás, chamá-los de doutores... entravam como estudantes, eu decorava
o nome de vocês todos na nossa sessão de ensino, que tinha uma relação muito
direta com vocês, com os alunos. Para mim, hoje, como Vereadora, é um prazer
tê-los aqui, como médicos, como aqueles que nas suas áreas defendem... A partir
de amanhã, estaremos, mais uma vez, na 15ª Conferência Nacional de Saúde, sou
delegada do Estado do Rio Grande do Sul, eleita em todas as etapas desde a 8ª
Conferência – já estou na 5ª Conferência; nós estaremos trabalhando essa
temática também, a Saúde – porque ela diz respeito exatamente a um dos itens,
Saúde Pública de qualidade. Eu acho que a proposta que vocês trazem aqui não
existe, com a drogadição nos mais diferentes níveis – e eu não concordo com
essas lícitas e ilícitas –, que o cigarro e o álcool são ilícitas. Como
Farmacêutica, eu penso que a dosagem é que determina. Então eu acho que temos
que dar visibilidade zero para álcool e cigarros, e ser a primeira cidade do
Brasil, por isso que eu quero levar para a Mesa Diretora. Porque nós temos aqui
o capital e a saúde, é a barbárie e a civilização. Então o que predomina? Não
tenho tempo para fazer uma análise, até porque vocês já fizeram. E como nós
vamos trabalhar isso via porta de entrada que é exatamente dentro do Sistema
Único de Saúde, as nossas Unidades Básicas de Saúde, na Educação, nesse
sentido. E creio que nós temos que ter os pressupostos, inclusive, no Conar –
Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária – vou fazer isso, já falei
com meu assessor para vermos isso, porque os pressupostos do Conar podem nos
dar a dimensão do que podemos fazer na cidade de Porto Alegre. Podem contar
comigo e com a nossa Bancada. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Dr. Goulart está com a palavra, nos termos
do art. 206 do Regimento.
O SR. DR.
GOULART: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Estou falando em nome
da Bancada do PTB e do nosso Presidente, Ver. Paulo Brum; do nosso Líder, Ver. Cassio
Trogildo; e do Ver. Elizandro Sabino. Eu tenho a impressão que este assunto já
foi apreciado aqui na Câmara, uma lei apresentada pelo Ver. Kopittke, mas sou
obrigado a fazer os meus cumprimentos por essa dupla de médicos, pela
incansável batalha que travam para que as pessoas entendam o quanto o cigarro
faz mal, o quanto o cigarro dá câncer. Todo mundo tem medo do câncer; as
mulheres vão fazer preventivo, junto comigo, do colo do útero e da mama,
fumando. Eu digo: “Mas a senhora está cometendo uma incoerência, vem fazer o
preventivo do colo do útero, que a Deus pertence se vai acontecer, vem fazer o
da mama, que também a Deus pertence, e o cigarro, que todo mundo sabe que
aumenta 60, 80, 100 vezes, sei lá, o câncer de pulmão”, sem esquecermos que cem
por cento vão ter inflamação, vão ter bronquite crônica – cem por cento! E um
número parecido com esse vai ter enfisema pulmonar, que é aquela situação em
que as pessoas não conseguem respirar direito, não conseguem fazer um discurso
direito, não conseguem amar direito, não conseguem caminhar direito; carregam,
às vezes, um pulmão artificial de oxigênio do lado para poder respirar e
conversar com as pessoas. Então, essa luta é incansável e é difícil de se
resolver, como é difícil de se resolver o problema das drogas no Brasil e no
mundo, que é difícil também. E eu quero louvar esses dois colegas, inclusive
pela maneira como o Mauro Kwitko conversa, falando que isso tem que ser uma
situação de resolução espiritual. É verdade, e eu te cumprimento por isso. Continuem
nesta batalha, vocês são os guerreiros contra a doença do pulmão, que não
precisaria existir, porque quem não fuma pouco sofre com isso. Um beijo para
vocês, meus queridos. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Dr. Raul Fraga
está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. DR. RAUL FRAGA: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.)
Já conquistamos muitas melhorias na Cidade em prol do combate ao câncer, enfim,
inclusive com aquele projeto da legislatura do ano passado e retrasado, quando
tivemos a possibilidade de fazer com que os recintos coletivos fechados, na
cidade de Porto Alegre, não tivessem mais área para fumantes. Hoje a gente
entra num barzinho ou noutro lugar e o conforto é outro; tudo está melhor. Eu
trabalho no combate ao fumo desde os tempos do Dr. Mário Rigatto, da enfermaria
29 – lá se vão quase 40 anos. A gente vê pessoas como o Dr. Luiz Carlos, que
são paladinos contra o fumo e que já conquistaram muita coisa nesta situação.
Sabemos do mal que as drogas fazem e, realmente, o álcool é uma das principais
drogas, e o cigarro, eu diria, que é a principal delas. As duas andam muito próximas.
E a questão da visibilidade, assim como tantas outras, tem que ser
combatida. Eu acho que precisamos fazer uma massa crítica nesse sentido, para
que façamos com que, realmente, a sociedade compre essa ideia.
E, com certeza, Porto Alegre poderia dar esse exemplo. É uma questão de
fazer com que as coisas realmente se articulem e aconteçam. A questão
financeira corre em paralelo, mas não pode ser aquilo que paute as nossas
ações. Então, eu queria deixar o apoio deste Vereador e, também, o carinho da
Bancada do PMDB, do Ver. Idenir Cecchim, Ver.ª Lourdes Sprenger, Ver. Mendes
Ribeiro. Saúde para todos, obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Antonio Matos
está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ANTONIO MATOS: (Saúda os componentes
da Mesa e demais presentes.) Queria lembrar do Dr. Mário Rigatto, um lutador e
um médico combatente contra essas drogas, principalmente contra o cigarro.
Aprendi muito e acompanhei o Dr. Mário, lá do Alto Petrópolis, até a sua morte.
Suas falas e artigos sempre eram em combate ao tabagismo.
Começará amanhã a
Conferência Nacional de Saúde. Eu acompanho as conferências locais, regionais,
estaduais e municipais, aqui em Porto Alegre, e vi que os agentes de saúde são
muitos e não aparecem na mídia, nas comunicações, mas em Porto Alegre tem gente
que pensa, sim, na saúde. E nós Vereadores, devemos estar nos comunicando com
esse pensamento, é nosso papel militar pela vida, militar pela humanidade. Há
pouco tempo, três, quatro meses, ouvi a fala de cientistas que diziam que
podemos viver 115, 120, 130 anos, desde que não usemos drogas, que não tenhamos
nenhuma dependência química. Então, nós temos que nos definir pela vida e
concordar com o que os senhores falam, sem dúvida. Quero cumprimentar os
senhores e, se precisarem do meu voto, nesta Casa, estarei com os senhores.
Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Ver.ª Mônica
Leal está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. MÔNICA LEAL: (Saúda os componentes
da Mesa e demais presentes.) É uma honra para esta Casa, para a Câmara da
Capital dos gaúchos, recebê-los. Eu acompanho o trabalho dos dois. Nós, da
Bancada Progressista – falo aqui em nome dos Vereadores Guilherme Socias
Villela, João Carlos Nedel, Kevin Krieger –, não só estamos juntos nesta
caminhada como também queremos fazer o registro da satisfação pelo fato de os
senhores endossarem, trabalharem, pegarem essa bandeira tão importante para a
qualidade de vida das pessoas. Eu acompanhei atentamente a fala dos dois e
quero dizer que sou autora de um projeto que proíbe a venda de bebidas
energéticas para menores de 18 anos. Nós sabemos muito bem que os jovens e as
crianças nessa fase estão extremamente frágeis emocionalmente, então é claro
que esse tipo de propaganda, perto das escolas, coloca essa geração em risco.
Contem com nosso total apoio. Eu queria também fazer o registro de que foi do
Ver. Carlos Nedel a proposição de trazê-los à Tribuna Popular. O Vereador do
meu Partido tomou essa atitude de trazê-los aqui nesta Casa para um grande
debate, para uma caminhada, uma cruzada que vamos fazer juntos para finalmente
alcançarmos a visibilidade zero com a bebida e com o cigarro. Parabéns aos
dois. Obrigada.
(Não revisão pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Dr.
Thiago está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. DR. THIAGO: (Saúda componentes
da Mesa e demais presentes.) É uma satisfação recebê-los aqui hoje. Quero dizer
que, realmente, desde antes da faculdade, mas principalmente, professor Luiz
Carlos, depois da aula do Mário Rigatto sobre tabagismo é impossível não
combater esse mal a cada dia, esse vício que acaba causando tantos ônus à
saúde: ônus financeiro, individual e familiar. Eu tenho um pai que foi
tabagista por muitos anos; ele, até hoje, mesmo depois de ter parado por 20
anos de fumar, ainda sofre com as consequências do vício do cigarro. Quero
dizer que estamos empenhados nessa questão. Sabemos que a luta é muito difícil
porque os interesses da indústria do tabaco ainda são muito grandes e,
economicamente, acabam mobilizando muito as pessoas. Nós precisamos, a cada
dia, combater mais isso, dizendo que, realmente o dano à saúde acaba sendo,
pelo menos, cinco vezes maior, tanto em mortes, quanto em morbidade, ou seja,
de deixar as pessoas doentes. Parabéns pela iniciativa, parabéns pela bela
presença, contem conosco sempre trabalhando nesse sentido.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Alberto
Kopittke está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento, pela
oposição.
O SR. ALBERTO KOPITTKE: Sr. Luiz Carlos
Corrêa, caro Dr. Mauro Kwitko, venho aqui fazer uma manifestação de saudação ao
projeto, à mobilização dos senhores e de toda a nossa sociedade civil de Porto
Alegre contra a visibilidade dessas drogas legalizadas. Recentemente, fizemos
um profundo debate aqui nesta Casa por cinco horas, há duas semanas, sobre a
propaganda de cigarros, graças a uma emenda do Ver. Janta, também sobre álcool.
Vimos como esse assunto sobre essa substância que mata 1200 porto-alegrenses
por ano é delicado - só o câncer causado pelo cigarro; isso sem falar de
infarto, AVC e tantas outras doenças que os senhores conhecem muito melhor.
Infelizmente, a nossa Cidade, hoje, não cumpre nem a legislação que já existe
no País, contra aqueles visores de cigarros junto às balas, aos chocolates, com
uma luminosidade voltada para atrair crianças, para ensiná-las desde cedo que
cigarro faz bem, que cerveja faz bem, que bebida alcoólica faz bem. Este é um
debate que vamos ter que processar ao longo do tempo, com convencimento, com
mobilização social. Assim como parecia impossível que se proibisse o fumo em
lugares fechados, hoje é uma realidade aceita pelo senso comum, assim vai ser a
batalha da visibilidade que os senhores lideram na nossa Cidade. Parabéns pela
coragem, porque é um assunto que enfrenta interesses econômicos gigantescos,
poderosos que se alastram em toda a sociedade também. Mas, acima do dinheiro
tem que estar sempre a vida. Parabéns pela mobilização de vocês.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Obrigado,
Vereador. Agradecemos a presença do Sr.
Luiz Carlos Corrêa da Silva e do Sr. Mauro Kwitko. Estão suspensos os
trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h52min.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum – às 14h54min): Estão reabertos os trabalhos.
O SR. JOÃO BOSCO VAZ (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a alteração da ordem dos trabalhos, para que
possamos, imediatamente, entrar no período de Comunicações. Após retornamos à
ordem normal.
O SR.
PRESIDENTE (Paulo Brum): Em votação o
Requerimento de autoria do Ver. João Bosco Vaz. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que
o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
O SR.
PRESIDENTE (Paulo Brum): Em votação o
Requerimento de autoria do Ver. Paulinho Motorista. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
Passamos às
Hoje, este período é
destinado a homenagear a Associação Gaúcha de Futsal para Cegos – Agafuc, nos
termos do Requerimento nº 139/15, de autoria
da Mesa Diretora.
Convidamos para
compor a Mesa: o Sr. Pedro Antônio Beber, Presidente da Associação Gaúcha de
Futsal para Cegos; o Sr. Rafael Astrada de Dorneles, Vice-Presidente da
Associação. Sejam bem-vindos!
O Ver. João Bosco Vaz, representando a Mesa
Diretora, está com a palavra em Comunicações.
O SR. JOÃO
BOSCO VAZ: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Nós queremos prestar
uma singela e simples homenagem a esse trabalho de inclusão através do esporte
que a Associação Gaúcha de Futsal para Cegos vem realizando, com o Pedro Beber
na liderança da associação. Para que todos possam conhecer o trabalho que é
realizado, cito o exemplo do maior craque de futebol das paraolimpíadas e que
faz parte desse time que se sagrou campeão brasileiro recentemente, no Rio de
Janeiro, que é o Ricardinho, lá da Restinga, que não está aqui conosco hoje
porque está na seleção brasileira de futsal.
Na realidade, esse trabalho de inclusão, e nós
pregamos muito isso – é o cadeirante jogando basquete, é o cadeirante
praticando esgrima, é o cego no futebol e em outros esportes –, tem se
notabilizado nessa questão do futebol, que é, inevitavelmente, uma paixão que o
brasileiro tem e que, verdadeiramente, está sendo utilizado para fazer essa
integração. Eu vejo os atletas aqui sentadinhos nos ouvindo; tenho certeza de
que eles sabem da importância que têm e do exemplo de superação que dão. É uma
grande história de vida que eles estão mostrando à nossa sociedade. Muitas
vezes, encontramos um obstáculo ou outro, as adversidades da vida, e nós temos,
nas pessoas portadoras de deficiência, grandes exemplos de vida, grandes exemplos
de convivência. Esse time de futsal de cegos, campeão brasileiro no Rio de
Janeiro, dá um exemplo desse trabalho fantástico que é realizado.
Eu quero lembrar também aqui do Professor Dodô, que
trabalha há muito tempo com os cegos, só que no goalball, um outro esporte, e faz um trabalho muito interessante de
inclusão.
Quero dizer aos dirigentes que aqui estão, que
convivem no dia a dia, que vocês são mais do que apenas técnicos,
vice-presidentes ou presidentes; são pais, amigos, psicólogos, professores que
cuidam, parece que coletivamente, por se tratar de um time de futebol, mas, na
realidade, de maneira individual, tratando cada um como se fosse um filho, como
se fosse um irmão, como se fosse da família. É importante para essas pessoas
portadoras de alguma necessidade, de alguma deficiência – como é o caso dos
cegos, pois tem cegos que não enxergam nada, e outros que são deficientes
visuais, que enxergam alguma coisa – o trabalho de integração, de
sociabilização através do esporte. Rafael, esse trabalho é fantástico, quero
dar os parabéns pelo teu trabalho; para o Beber, que também tem se esforçado
para manter essa caminhada. Quero saudar o Oneide, a quem eu já citei, que está
aqui, que é corredor, corre maratona, corrida de dez quilômetros; a Vera, a esposa
dele, que está ali. O Oneide me disse: “Fala na minha corrida no dia 13 e
lembra que, no dia 6, encerram-se as inscrições”. Então, é o seguinte: é uma
corrida de cegos, mas é aberta, quem enxerga também pode participar, não é,
Oneide?
(Manifestação nas galerias.)
O SR. JOÃO
BOSCO VAZ: Estão todos convidados a participar!
Quero fazer uma saudação para o pessoal da Anapps
que está aqui; eu os vi chegar agora aqui! Um abraço no Nilton, pelo trabalho
que vocês fazem; também ao pessoal da Anapps, que é o outro lado da inclusão: a
melhor idade, a terceira idade convivendo, participando, dividindo as agruras e
as dificuldades que a vida apresenta.
Associação Gaúcha de Futsal para Cegos, parabéns,
sucesso, conte conosco! Ser campeão brasileiro não é fácil. Treinar o melhor
jogador de futsal para cegos do mundo, o Ricardinho, que é nosso, é da
Restinga, não é fácil, porque ele é muito assediado para compromissos pelo COB
– Comitê Olímpico Brasileiro. Nós, gaúchos, temos muito orgulho do teu
trabalho, Rafael, do trabalho da Associação e do trabalho dos atletas que aqui
estão. Um beijo no coração de vocês! Sigam trabalhando, sigam obedecendo ao
Rafael que vocês vão longe. Um grande abraço a todos, muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Paulo Brum): O Sr. Rafael Astrada de Dorneles, Vice-Presidente da Associação Gaúcha
de Futsal para Cegos, está com a palavra.
O SR. RAFAEL
ASTRADA DE DORNELES: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.)
Quero agradecer a homenagem feita à nossa Associação, que foi agora, no final
de outubro, campeã brasileira de forma invicta. Tivemos o Ricardinho como
artilheiro, e outro atleta nosso, o Maurício, como o melhor jogador da
competição. Estamos muito felizes pela homenagem, pois é um trabalho feito há
cinco anos. Nesses cinco anos, já conseguimos quatro títulos regionais; no ano
passado, fomos vice-campeões brasileiros; neste ano, conseguimos o título.
Realmente, estamos muito felizes em apresentar esse nosso trabalho. Hoje a
gente hoje treina em Canoas numa quadra adaptada, pois o futebol para cegos é
numa quadra adaptada, então, a gente acaba treinando em Canoas, porque tem uma
quadra lá, mas os jogadores, a maioria é aqui de Porto Alegre, como o Ver. João
Bosco já falou: o Ricardinho é da Restinga, o pessoal aqui é da Zona Sul
também.
Quero deixar novamente nossos agradecimentos,
deixar nossos contatos, nosso site www.agafuc.com.br,
para quem quiser ajudar. A gente precisa de muita ajuda, de patrocínio para
conseguir manter essa equipe, porque hoje o nível do campeonato é muito alto, e
a gente acaba trazendo jogadores de fora também. Nós temos jogadores da seleção
argentina, de Curitiba, o goleiro da seleção brasileira é nosso atleta também e
mora em João Pessoa. A gente tem bastante trabalho indo atrás de recursos, o
nosso presidente batalha bastante. Quero deixar nosso contato novamente, que é
o site, e o nosso e-mail, que é agafuc@terra.com.br.
E quero, novamente, agradecer. Para o que precisarem, estamos à disposição. Em
março, devemos ter uma competição, ainda não sabemos se aqui, em Canoas ou em
Pelotas, mas convidamos todos para acompanhar nossos treinamentos. Mais uma
vez, obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Paulo Brum): Obrigado, Sr. Rafael. Convidamos o Ver. João Bosco
Vaz para fazer a entrega do Diploma à Associação Gaúcha de Futsal para Cegos,
na pessoa do seu Presidente, Pedro Antônio Beber.
(Procede-se à entrega do Diploma.)
O SR.
PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Mario Manfro está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Desiste. O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra em
Comunicações.
O SR. NEREU
D’AVILA: Sr. Presidente, Ver. Paulo Brum; Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, vou
me pronunciar a respeito de um bárbaro espancamento feito por taxistas, já
recolhidos ao Presídio Central, porque eram bandidos com larga folha de
antecedentes na Polícia. O fausto acontecimento foi na quinta-feira, e no fim
de semana foi impressionante o depoimento do agredido, Bráulio Pelegrini
Escobar, mas o importante é que esse agredido, em nenhum momento, incitou a
violência ou pediu vingança aos agressores. Parabéns à atitude desse motorista
do Uber.
Nós estamos apresentando uma Moção de Repúdio ao
ato bárbaro de violência contra Bráulio Pelegrini Escobar, agredido por cerca
de dez pessoas e conduzido ao Hospital Cristo Redentor. A Polícia já
identificou três, sendo que dois estão na penitenciária. Eu imagino que ninguém
concorde com esse ato. E também quero criticar o que ouvi hoje pela manhã na
Rádio Gaúcha: taxistas estão usando o Uber para conduzi-los até blitze feitas pela EPTC, ou seja,
cilada! A classe dos taxistas é briosa, é trabalhadora, mas tem uma banda podre
que, infelizmente, está atuando, e vem em detrimento ao conceito dos taxistas –
muito ruim, muito ruim! Ao lado disso, estamos requerendo uma frente
parlamentar sobre regulamentação do transporte remunerado de passageiros em
veículos particulares, cadastrados por aplicativos ou plataformas semelhantes.
Nós queremos que a Câmara participe desta discussão que está na pauta em toda
nossa Cidade. O que mais ilustrou a votação desta Casa proibindo, por 22 votos
favoráveis e 9 votos contrários, o uso de Uber foi uma charge do Iotti, no jornal
Zero Hora de sábado, 29 de novembro, na página 19, que mostrava uma placa
dizendo Porto Alegre, Capital dos caranguejos; um caranguejo com a placa, Fora
Uber; outro caranguejo: pela volta da máquina de escrever – datilografia; e o
terceiro caranguejo: não ao futuro. Ou seja, como eu disse aqui, por ocasião da
votação, a Câmara aprovou o atraso; condenou a tecnologia. A Câmara,
infelizmente, cometeu um ato contra a população de Porto Alegre que deseja o
Uber. É claro, nós não estamos a favor da maneira, como o Prefeito mesmo disse,
arbitrária com que o Uber se instalou. Isso é uma coisa. A sua regulamentação é
outra coisa. E votar um projeto proibindo o que já estava proibido, como disse
a Rosane de Oliveira, foi um mico desta Câmara. Ela até usou o termo palhaçada
desta Câmara - a Rosane de Oliveira.
E eu quero congratular a Defensora Pública Patrícia
Kettermann, que está com uma ação para fazer o Uber funcionar. Avalia a
Defensora Pública: “Não existe legislação em Porto Alegre que embase a
aplicação de penalidade por parte da EPTC. A livre concorrência vai muito bem,
inclusive, a favor dos taxistas, porque eles pagam somente 60% do carro em
função de isenções fiscais; possuem pontos específicos de parada, podem usar
cores especiais e, por essa razão ser abordados na rua por qualquer consumidor. Os motoristas
particulares não têm essas vantagens.”
Então, Sr.
Presidente, nós queremos pedir encarecidamente ao Prefeito que aplique o veto
ao projeto retrógrado que esta Câmara votou, infelizmente, proibindo o que já
era proibido. Para salvar o ridículo desta Câmara por seus 22 votos contrários
à opinião pública e à população, só vetando, para que se esqueça,
definitivamente, essa infausta e infeliz votação.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Paulo Brum): Obrigado, Vereador. O Ver. Airto Ferronato está com
a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Paulinho Motorista.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Boa tarde, Sr. Presidente,
Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores que estão conosco nesta
tarde. Eu ouvi atentamente a manifestação do Ver. Nereu D’Avila, começando pelo
caranguejo – infeliz manifestação, nesse caso. Primeiro, votei como votei e
continuaria votando exatamente igual, repetiria o voto. Aqui, em Porto Alegre,
como em todas as cidades do Brasil e, talvez, do mundo inteiro, para colocar um
pequeno estabelecimento para vender rapadura ou mandolate, nós precisamos de
autorizações, de um papelório sem fim, ali, na Prefeitura Municipal de Porto
Alegre. Para toda e qualquer atividade que aqui se desenvolva, é preciso
licenciamento, o que é correto, ao meu sentido. O tempo e a demora eu concordo
que extrapolam. Agora, o mínimo de controle público é necessário e
indispensável. Por que para o Uber não? Não sou contra o Uber, sou a favor!
Agora, vamos regulamentar a matéria, é simples. Com isso nós estaremos ditando
as regras mínimas para a convivência harmônica aqui na Cidade.
Portanto, nós, que votamos como votamos... Está
errada aquela história que vem falando a imprensa, de que proibimos; o Ver.
Nereu tem razão, nós não proibimos, nós dissemos que está impedido até que haja
a regulamentação – 90% dos porto-alegrenses acolhem, aprovam a nossa proposta:
um mínimo de regulamentação.
O Sr. Dr.
Thiago: V. Exa. Permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu quero
cumprimentá-lo e assinar embaixo do seu pronunciamento. O que o senhor está
dizendo é o que diz a emenda do Ver. Bernardino, que nós aprovamos aqui. E, com
certeza, 90% da Cidade pensa exatamente como nós.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Concordo. Uma pequena minoria diz para liberar geral, e eu respeito a
posição desses cidadãos, homens e mulheres, que assim pensam. Agora, nós temos
um pensamento divergente.
Outra coisa: repudio veementemente a criminosa ação
de dois ou três que saem dando socos em todo mundo; é claro que isso aí no
homem que estava dirigindo um carro preto.
Portanto, é uma discussão interessante, necessária
para a Cidade, sem paixões, sem raivas, vamos regularizar, regulamentar a
matéria e autorizar a operação. Não há nenhuma radicalidade no sentido de ser
proibido porque está proibido e pronto. Eu até penso diferente do Ver. Nereu,
eu acho que a Câmara não tem poderes para proibir, é uma atividade econômica,
acredito que não tenha. Agora, não é um negócio entre o homem proprietário do
automóvel e o passageiro, é um negócio entre o passageiro, o proprietário e o
Uber. Portanto, vamos aguardar, vamos torcer para que rapidamente saia a nossa
regulação, e posteriormente, é outro momento da história que votaremos, aí, sim,
de acordo com a regulamentação.
Portanto, nenhuma votação equivocada. Na minha
opinião, a votação foi correta, e, com todo o respeito, está também equivocada
a nossa querida Rosane de Oliveira. Um abraço a todos e obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, senhoras e senhores; diz um velho
ditado que nós temos que nos controlar, principalmente quando possivelmente
somos atingidos. Ainda no passado, eu ouvi uma frase de um profissional bem
mais jovem do que eu, em uma discussão, que me disse: “Bernardino, o homem
brabo fica burro na mesma proporção”. Então, eu, para justificar o meu voto e
defender também o voto daqueles que votaram na mesma linha, não preciso,
evidentemente, atacar os meus colegas ou buscar desqualificá-los, sob pena, se
assim o fizer, de mostrar que não tenho condições para argumentar em defesa das
minhas ideias. Logo, além do princípio de que eu tenho que respeitar os meus
colegas, eu não preciso, quando tenho um argumento consistente, ofendê-los.
Jamais! E tem um velho ditado aqui, do Rio Grande, que diz que um homem sentado
na razão não precisa de espada para combater. Esse projeto tão discutido nesta
Casa, de autoria do Ver. Clàudio Janta, que recebeu inicialmente a minha
emenda, posteriormente a emenda do Ver. João Bosco, depois da Ver.ª Fernanda e
do Ver. Alex, todas essas emendas vieram, não vou dizer a aprimorar, mas a
mostrar um outro horizonte ao projeto, e foi nessa linha que ele foi aprovado.
Perguntem a este Vereador se ele não quer melhorar o serviço de táxi em Porto
Alegre. Claro que quero! Todos nós Vereadores queremos! Perguntem aos taxistas
que aqui estiveram se eles não querem melhorar. Todos querem! Mas, então, por
que não é melhorado? Perguntem – eu já perguntei – ao órgão fiscalizador!
Senhoras e
senhores, nós temos que tomar cuidado, quando viemos à tribuna para justificar
as nossas teses ou quando mandamos artigos para a imprensa – artigos
incompletos, inverídicos – porque atacamos os demais colegas. Para trabalharmos
– aqui só se consegue resultado com o trabalho em conjunto –, não podemos
atacar ou desqualificar os nossos colegas, porque, mesmo que ele não tenha a
mesma qualificação que cada um de nós tem, vai chegar o momento que o voto dele
vai ser importante, pois ninguém tem voto qualificado, melhor que um ou que
outro colega desta Casa. Nós não podemos nos precipitar, não podemos nos
afobar, porque, se assim fizermos, a tendência de nos atrapalharmos mais à
frente vai se comprovar na maioria das vezes.
Nós podemos pensar diferente, nós podemos enxergar
as coisas da vida diferente, mas vai chegar o momento em que nós vamos precisar
de todos os colegas, independentemente das cores partidárias, das bandeiras que
defendem. Daí a importância de nós fazermos a nossa discussão, mas nunca
visando à desqualificação ou buscar desautorizar esse ou aquele Parlamentar. O
projeto poderá, sim, ser julgado inconstitucional, mas enquanto ele não for,
nós temos que fazer o que é possível: emendá-lo. E foi o que nós fizemos! E
ninguém aqui é contra o Uber, nós somos contra quem quer trabalhar sem se
organizar e respeitar as leis.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Paulo Brum): Para justificar a ausência do nosso Presidente,
Ver. Mauro Pinheiro, quero informar que ele está, neste momento, numa reunião
com o Prefeito e com os dirigentes da empresa Uber no Palácio, discutindo este
assunto.
O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, que bom seria que
esta Casa só votasse temas com os quais toda a maioria concordasse,
principalmente temas que a imprensa nos pautasse, que nós votássemos conforme a
vontade da imprensa, principalmente temas em que não fosse necessário
regulamentar. Já que é para a imprensa nos pautar, o jornalista Paulo Germano,
do mesmo jornal Zero Hora, pois já foi citado aqui um jornalista do jornal Zero
Hora, disse: “Uber é fechado, é avesso à transparência e sem qualquer
disposição para o diálogo”, mas, pela sua grande campanha publicitária, a
população o idolatra. O meu projeto não é contra o Uber, carimbaram ele de
Uber; o meu projeto é para regulamentar os motoristas que fazem transporte
através de aplicativos, para que esses motoristas tenham direito como qualquer
outro motorista tem. A lei federal fala muito bem, é motorista de táxi ou
motorista particular, e motorista particular tem direito como qualquer outro
trabalhador tem. Então, Paulo Germano fala isso e usa a figura de dois dragões
em forma de Uber destruindo a cidade. Aí outro jornalista do jornal Zero Hora,
já que nos pautou o jornal Zero Hora, fala que o Uber não quer regulamentação
porque fatura R$ 40 bilhões, e um dos argumentos é que ele apenas promove
intermediações entre motoristas independentes e seus consumidores. E o próprio
jornalista, Tulio Milman, do jornal Zero Hora, fala isso e diz: “Balela”,
porque isso é exploração. Isso é exploração. Hoje eu liguei para o motorista
que foi agredido. O que aconteceu com o motorista que foi agredido na
quinta-feira. O que aconteceu com o motorista que foi agredido na quinta-feira
acontece semanalmente. Sexta-feira, uma trabalhadora foi assassinada no ônibus
do Morro Santana! O que aconteceu com o motorista foi um crime premeditado -
espero que os marginais estejam na cadeia, presos como qualquer marginal tem
que estar preso, qualquer marginal que assalta banco, que agride um trabalhador
em lotérica, em comércio, que assassina um taxista! Hoje mesmo recebi no meu
gabinete um taxista que tomou uma facada e outro que tomou um tiro – o que não
foi noticiado – que ficaram afastados por 60 dias. Esses marginais têm que
estar na cadeia. E os marginais que cometeram esse crime premeditado têm que
estar na cadeia. E, até agora, não se viu o carteirão desses marginais que se
dizem taxistas. Até agora, não apareceu o carteirão desses marginais. O meu
projeto carimbado de Uber pede nada mais, nada menos que se regulamente ao que
essa empresa foi obrigada, através de conflitos, a regulamentar na Itália, na
França, na Inglaterra. Aqui – volto a dizer o que falei na quarta-feira passada
– não é uma terra de ninguém, aqui é uma terra que tem leis: se eles querem trabalhar,
eles que se regulamentem, eles que cumpram as leis. Nós temos nove aplicativos
funcionando em Porto Alegre e que funcionam dentro da lei, estão
regulamentados.
Então, espero que, nessa reunião que está ocorrendo
agora na Prefeitura, eles se curvem às leis de Porto Alegre e sejam
regulamentados. E aí poderão atuar livremente em Porto Alegre. E que os
marginais que fizeram o que fizeram na quinta-feira continuem presos. E que
outros marginais que venham a agredir...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede tempo para o término do
pronunciamento.)
O SR. CLÀUDIO
JANTA: ...trabalhadores, sejam eles comerciários, taxistas, trabalhadores de
Uber, funcionários públicos, trabalhadores de comércio, apodreçam nos presídios,
apodreçam onde é o seu lugar: na cadeia. Nós não vamos admitir, em hipótese
nenhuma, que trabalhadores sejam agredidos, maltratados por marginais e
bandidos na cidade de Porto Alegre! Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Paulo Brum): A Ver.ª Mônica Leal está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. MÔNICA
LEAL: Sr. Presidente; Vereadores e Vereadoras, pessoas que nos assistem, entre
surpresa e chocada eu escutei a manifestação do Ver. Bernardino nesta tribuna.
Quero dizer para os senhores e senhoras que o artigo ao qual ele se refere é o
meu. (Mostra jornal.) Eu escrevi o artigo no jornal Zero Hora. Não sei porque
ele não citou o meu nome e começou a mandar recados que o artigo está
incorreto. Ataca um Vereador, ataca um projeto e diz que temos que tomar muito
cuidado nesta Casa porque amanhã ou depois podemos precisar de voto. Ora,
senhores e senhoras, tirando essa atitude que eu achei extremamente
deselegante, eu quero dizer que quem conhece a minha caminhada sabe que eu sou
movida por convicção. Escrevi o artigo e acredito nele. Não só acredito, como
estudei a matéria, orientei-me juridicamente. Este projeto que fez gerar esse
artigo, desde o início eu disse que ele não deveria ter sido votado, por uma
razão muito simples: ele era inconstitucional. Agora, em nenhum momento, neste
artigo, eu disse o que vou dizer agora, desta tribuna: quando o Ver. Janta
defendeu o seu projeto – um direito dele –, ele omitiu o parecer final do
Procurador desta Casa. Eu escutei isso e tenho as notas taquigráficas. Eu vou
dizer até onde o Ver. Janta falou que este projeto era possível votar: “A lei
orgânica, por sua vez declara ...[até Município]”. O Ver. Janta não disse, por
exemplo, de ressalvar, contudo que o conteúdo normativo, do artigo 2º da
proposição, por dispor sobre vedação, a direito de associação, com a devida
vênia, extrapola o âmbito de competência municipal, violação ao disposto em
determinados incisos do art. 22 da Constituição Federal. É um direito que ele
tem; em momento algum eu coloquei isso no artigo. Eu estudei a matéria, me
orientei juridicamente, sabia que este projeto era inconstitucional, ele não é
da nossa competência, por razões muito simples, senhores. Eu tenho aqui: só lei
federal pode proibir ou não um aplicativo como Uber. Tenho aqui, Ver. Janta,
depois nós vamos colocar um documento ao lado do outro. Estou falando do que eu
tenho. Por uma razão muito simples: existe uma diferença entre transporte
individual público, competência do Município; transporte individual, privado,
não é competência do Município, senhores. Eu estudei, então, todos os advogados
que me orientaram estão errados. O artigo foi escrito com esse objetivo. Em
momento algum tive a intenção de menosprezar ou rebaixar, como disse o Ver.
Bernardino, o projeto de um colega. Quem me conhece sabe que minha postura é
respeitosa e cuidadosa com todas as pessoas. Ver. Bernardino, olha, é com
imensa tristeza que confesso, desta tribuna, que o seu pronunciamento foi
baixo, na minha opinião. Não se faz isso. Quem me conhece sabe que eu defendo
as minhas opiniões com muito cuidado e respeito. O artigo, assim como a minha
manifestação nesta tribuna, com todo o respeito ao Ver. Janta, no dia em que
defendeu o seu projeto foi. Senhores, senhoras, esse projeto é
inconstitucional, não é competência municipal! Isso eu falei. Apenas eu queria
esclarecer. E termino dizendo que uma mulher, quando tem opiniões, não recebe o
nome, não fui nominada pelo Ver. Bernardino, não tive essa honra. “Alguém escreveu
um artigo.” Talvez, se fosse um homem, merecesse. Uma postura machista com a
qual eu não concordo. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO (Requerimento): Quero pedir para Ver.ª Mônica
Leal retirar a questão a que ela fez referência, à questão do machismo. Eu não
citei o nome dela por um simples motivo: não foi só ela que distribuiu o e-mail para a imprensa informando a
metade das coisas que aconteceram aqui. A informação está incompleta, e vou
fazer um pedido para ela retirar. As questões outras, não vou entrar no mérito,
pois eu faço questão de manter o equilíbrio e respeitar todos os meus colegas.
O SR.
PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Rodrigo Maroni está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. RODRIGO
MARONI: Boa tarde, Presidente Paulo Brum, boa tarde demais Vereadores e
Vereadoras, colegas do movimento estudantil aqui; André Carús, representando o
DMLU; público que nos assiste pela TVCâmara, funcionários da Câmara, público
que está aqui nas galerias, pessoal do Novembro Azul, entre outras iniciativas
tão importantes que estão aqui e que trazem uma pauta fundamental para a
Câmara.
Aqui na Câmara Municipal a gente discute as mais
diversas demandas da Cidade e que são profundamente relevantes, seja a questão
do lixo, seja o debate do transporte público, seja o debate da saúde – quero
fazer um agradecimento especial à Ver.ª Jussara Cony, Líder do PCdoB, que me
cedeu o tempo de liderança –, o debate internacional, tudo cabe aqui nesta
Câmara. E eu procuro sempre ter a sensibilidade de tratar de todos os assuntos
com respeito; mas, como Vereador, eu procuro me direcionar porque eu sei que o
nosso braço não consegue atender a todas as diversas demandas que surgem, que
batem nas portas de todos os gabinetes.
Mais uma vez venho aqui para falar da importância
de discutirmos a questão dos animais e do atraso em que vivemos em relação aos
animais. Eu vejo, aqui, um público de meia-idade e da melhor idade, pessoas
que, constantemente, no seu amadurecimento, conseguem perceber coisas que,
muitas vezes, os adultos, quando passam da vida jovem para a vida adulta,
perderam: a sensibilidade com um tema que não somente diz respeito a nós
mesmos. Na melhor idade, muitas vezes, a gente consegue parar para refletir
sobre questões que transcendem o egoísmo humano. Infelizmente, tenho para falar
para vocês, mais uma vez, que o individualismo, que o egoísmo, que a ganância,
lamentavelmente, são majoritários na nossa sociedade. Hoje, tenho segurança
para falar que somos uma espécie que está retrocedendo perante as outras. A
espécie humana, lamentavelmente, dá passos para trás ao invés de dar passos
para frente. E a ganância destrói, como agora, no caso da Vale do Rio Doce, que
ocasionou toda aquela destruição na natureza, que todos acompanhamos. E aqui
não faço uma proclamação individual porque aqui há diversos protetores que
fazem a mesma coisa que eu, mas, diariamente vendo casos de estupro, de
espancamento, de mortes de animais e, infelizmente, o que eu vejo, dia após
dia, é que a situação está piorando. Neste final de semana, ligou uma menina
pedindo a colaboração, lá da Av. Edgar Pires de Castro, depois da Restinga,
dizendo que tinha uma cadela grávida e que ela tinha sido atropelada, estava
jogada no asfalto fazia algumas horas. Eu quero dizer para vocês que, mais uma
vez, das dezenas, talvez centenas de casos que eu atendo mensalmente, eu fui lá
e tive uma surpresa: aquela cadela que estava completamente trucidada – para
quem quiser acompanhar, olhe no Facebook –, não se movendo, porque tinha
quebrado a coluna e estava totalmente paralisada, não estava assim há algumas
horas e sim há três dias atirada no asfalto. Estava com uma bicheira, com
moscas varejeiras, com uma infecção terminal no reto que tinha entrado para o
útero.
Infelizmente – eu não falo aqui só da falta de
políticas públicas, Ver. Bernardino –, não temos um serviço de SAMU animal,
para quem não sabe, que transite na Cidade, nas cidades do Interior, no Estado
ou em outros Municípios. Hoje um animal que é atropelado morre, gente, depois
das cinco da tarde ou se tiver uma doença no final de semana, porque nós não
temos o SAMU para atender. E mais do que isso: nós não tivemos uma pessoa da
sociedade, Bernardino, para recolher aquela cadela que estava há três dias e,
por falta de hidratação, teve esse problema aí. Infelizmente essa é a realidade
dos animais, para quem não sabe, em quase todas as cidades do País; por isso o
número de mortes de animais é muito grande, principalmente por conta do
abandono e da indiferença.
Então, queria agradecer a todos e fazer um convite,
para finalizar, às pessoas que têm tempo: que possam se dedicar a colaborar,
mandar e-mails para a Prefeitura,
mandar e-mails para o Estado, para
que essa causa se amplie e mais pessoas se envolvam na causa que é tão
importante, mas, infelizmente, hoje em dia são poucas pessoas que se envolvem.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Dr. Thiago está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. DR.
THIAGO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, nós fomos muito
instigados, nesses últimos dias, a discutir, a nos manifestar sobre essa
questão do transporte individual de passageiros. Eu quero voltar a ler aqui,
Ver. Bernardino, Ver. Bosco, aquilo que sedimentou o meu voto, meu livre voto,
que foi a manifestação do jurista Celso Antônio Bandeira de Mello, professor da
USP, doutor em Direito Administrativo e Direito Constitucional. “A toda
evidência, o transporte individual de passageiros por motoristas, através do
aplicativo Uber, equivale ao que é prestado pelo serviço de táxi, o qual é
regulado e pressupõe autorização municipal por imposição da Lei Federal
2.468/2011. Seu desempenho, portanto, não pode ser efetuado livremente, sob o
suposto do amparo no princípio da livre concorrência e da livre iniciativa, não
lhe aproveitando a pretensa e suposta situação do art. 4º inc X da Lei Federal
12.587, de 3 de janeiro de 2012. A fixação do preço do transporte de
passageiros é de alçada do Município, e o uso do taxímetro e sua aferição anual é obrigatório nos termos da Lei
Federal, pelo que particulares não podem legitimamente estabelecê-lo.
Outrossim, um ente privado, é claro por todas as luzes, não pode fixar
critérios próprios de segurança, agentes particulares não podem fixar critérios
próprios de segurança no transporte individual remunerado de passageiros
oferecido aos consumidores.”
Estão muito
claras a Lei Federal e a Constituição no que versa sobre a matéria. Está muito
claro! Essa é a letra crua da lei! Ninguém aqui é contra o Uber ou contra
qualquer outro tipo de transporte, mas nós zelamos pelo regramento e pela
regulamentação, para oferecer, Ver. João Bosco, qualidade e segurança. Esse é o
binômio!
E para mim ficou muito fácil ter uma posição nesse
processo. Eu já disse aqui, toda a população sabe, toda a Cidade sabe, sou
contra o arremedo de profissionais que não revalidam o diploma de médico
exercendo a medicina no País! Essas pessoas estão oferecendo riscos à
população. Há diversos casos já documentados. Então, se eu sou a favor do
regramento lá, eu só posso ser a favor do regramento aqui. E, Ver. Bernardino,
depois que ocorreu a tragédia da Kiss, ninguém mais lembra que era um local
onde se divertia, onde todo mundo estava feliz. As pessoas lembram agora de
quem são os agentes públicos, os Vereadores, os Secretários, o Prefeito
Municipal, que não fiscalizaram as condições de segurança daquela boate. A
mesma coisa se estabelece aqui. Quando nós tivermos crimes nesses veículos não
regulados e não fiscalizados, e quando nós tivermos pessoas mortas em função da
falta de segurança dos veículos, nós vamos lembrar. Então, esse foi o sentido
do meu voto, que foi pela regulamentação e pela regra, foi a favor dos
serviços. Como bem disse aqui o Ver. Airto Ferronato, nós temos que ser
coerentes na nossa posição, nós não podemos surfar conforme a onda. A sociedade
depois vai avaliar isso e ela tem avaliado talvez um pouco tardiamente, Ver.
Bernardino, mas a sociedade tem avaliado profundamente a nossa coerência. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Paulo Brum): Hoje, este período é destinado a assinalar o
transcurso do 40º aniversário do Departamento Municipal de Limpeza Urbana, nos
termos do Requerimento nº 145/15, de autoria do Ver. Idenir Cecchim. Convidamos
para compor a Mesa: o Sr. André Carús, Diretor-Geral do Departamento Municipal
de Limpeza Urbana.
O Ver. Idenir Cecchim, proponente desta homenagem, está com a palavra em Comunicações.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras; André Carús, que já
foi Vereador; por sua vontade não é Vereador hoje, porque optou por ficar
prestando serviço para o DMLU e para a Cidade - no ano em que o DMLU completa
40 anos. Isso, Ver. Bernardino, mais do que uma homenagem, é um reconhecimento,
porque, às vezes, se faz uma homenagem e não se reconhece. Nós, a Bancada do
PMDB, na realidade, Diretor André Carús, propusemos essa homenagem e esse
reconhecimento ao Departamento Municipal de Limpeza Urbana. E não é homenagem
só para o André Carús, também é para o André Carús, mas, quando se faz 40 anos
de DMLU, nós queremos homenagear aqueles que trabalham no DMLU, que trabalharam
para o DMLU, que prestaram e prestam serviços para a cidade de Porto Alegre –
os trabalhadores do DMLU como um todo, desde o mais simples até o Diretor. É
isso que a Câmara quer: homenagear aqueles que, através de todos esses anos, os
40 anos, prestaram serviços inestimáveis à cidade de Porto Alegre, fazendo uma
função que, muitas vezes, é difícil. No mau tempo, no feriado, em todos os
dias, no carnaval, nas grandes festas, nos grandes eventos da Cidade, nós temos
o DMLU presente, nós temos o DMLU organizando. À noite, na madrugada, estão lá
os trabalhadores do DMLU fazendo o seu trabalho para que, no outro dia, a
Cidade esteja bonita, acolhedora, esperando os seus cidadãos, os cidadãos que
vêm de fora de Porto Alegre para que se sintam na nossa Cidade como se
estivessem na própria casa. Então, esta homenagem, Diretor Carús e
trabalhadores, colaboradores do DMLU, é um reconhecimento ao trabalho, um
reconhecimento à dedicação, à coragem e à determinação por deixarem as nossas
ruas, os nossos parques, as nossas praças e a nossa Cidade bonita.
O Sr.
Bernardino Vendruscolo: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Obrigado pelo aparte, Ver. Cecchim, eu quero cumprimentá-lo pela
lembrança. Nós estamos aqui diariamente fazendo contato com o DMLU e, na
maioria das vezes, colega Carús - V. Exa., um Vereador aqui desta Casa -,
estamos a reclamar e a pedir, porque a população assim demanda. Quero
cumprimentá-lo pela gentileza com que tenho sido atendido pelos servidores do
DMLU e quero recordar um período em que o DMLU era administrado pelo Vieira da
Cunha, isso deve ter sido lá no Governo do Alceu Collares, que criou aquele
personagem, o Urbano Limpeza. Até hoje eu lembro do Urbano Limpeza, porque foi
uma marca inteligente que ficou na memória dos mais antigos. Eu queria só fazer
essa lembrança. Sei que, hoje, as verbas não são tantas, há escassez, mas foi
uma campanha extremamente valiosa, tanto é que nós lembramos até hoje.
Parabéns, Ver. Cecchim!
O SR. IDENIR
CECCHIM: Obrigado, Ver. Bernardino.
O Sr. Airto
Ferronato: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Caro Ver. Cecchim,
quero aqui trazer um abraço a V. Exa. pela iniciativa; cumprimentar o Sr.
Presidente, Ver. Paulo Brum; trazer abraços também ao nosso querido Vereador e
Diretor-Geral do DMLU, André Carús, ao Albarello e, especialmente, a todos os
servidores e servidoras do DMLU por esta homenagem justíssima que se faz na
tarde de hoje. A homenagem que se faz ao DMLU é uma homenagem que se estende ao
serviço público da cidade de Porto Alegre, essencialmente ao servidor público.
Nós não poderíamos deixar de estar aqui para trazer um abraço a vocês e dizer da
importância e da extensão do serviço da limpeza urbana, principalmente quando
paramos para pensar o quanto ele é necessário para uma Cidade com 1,5 milhão de
pessoas. E nós temos um grupo abnegado de servidores que, diuturnamente, está
atuando na área da limpeza urbana e, por isso, merece o nosso respeito, carinho
e gratidão. Parabéns a todos vocês! A Câmara está honrada com a presença de
vocês na tarde de hoje. Obrigado.
O Sr. Paulinho
Motorista: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Boa tarde, Sr.
Presidente, Ver. Paulo Brum; nosso Diretor, André Carús. Ver. Cecchim, quero
lhe dar os parabéns por esta proposição. V. Exa. nos trouxe a alegria de
podermos falar sobre o nosso DMLU. Eu acompanho bastante o trabalho do DMLU, e,
sempre que precisamos, para todas as demandas, o DMLU nos atende, Diretor André
Carús, muito bem. O pessoal – Edmilson, Lauro, lá de Belém Novo, Serginho, da
Av. Cavalhada, não poderei citar todos os nomes, porque levaria muito tempo –
está sempre disposto. Quero dar os parabéns! A gente precisa, com certeza, do
nosso pessoal do DMLU que faz um trabalho excelente. Esses dias, eu fiquei
chocado com a situação: quando o caminhão arrancou, os vidros começaram a cair
por cima do rapaz que estava largando o lixo, Ver. Cecchim; quer dizer, a
pessoa que colocou aqueles vidros ali não pensou que o rapaz poderia se cortar. Eu fiquei apavorado, Presidente Paulo Brum, com a situação. Graças a
Deus, não aconteceu nada com o rapaz. Mas o pessoal está sempre na correria
nesse trânsito de Porto Alegre, se virando, para trazer a limpeza para a
população de Porto Alegre. Meus parabéns pela sua iniciativa, Ver. Idenir
Cecchim, e meus parabéns ao DMLU, Diretor André Carús.
O Sr. Cassio Trogildo: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Parabenizo o Ver.
Cecchim por esta homenagem aos 40 anos do DMLU; parabenizo o Diretor André
Carús, o Diretor Adjunto Albarello, o Alexandre, todos os servidores do DMLU
que estão aqui e aqueles que já nos deixaram. E aí, postumamente, eu quero
homenagear no nome do Adão, Chefe da Guarda, que nos deixou recentemente, esse
maravilhoso trabalho que faz o DMLU. O DMLU não é quem bota lixo por aí. O DMLU
recolhe o lixo, ataca todos os focos de lixo que se formam todos os dias na
cidade de Porto Alegre. Ataca de uma maneira eficaz, de uma maneira
profissional, inclusive tendo que combater, como aconteceu recentemente, o
boicote, a sacanagem da empresa que estava prestando serviço e que, antes de
terminar o contrato, sabotou a cidade de Porto Alegre. Com muito afinco e com
muito trabalho, o Diretor Carús e toda a sua equipe conseguiram dar a resposta
que a Cidade precisava.
Portanto, parabéns a
todos os servidores do DMLU que, há 40 anos, cuidam da cidade de Porto Alegre
para que ela seja uma cidade bela, bonita e organizada. Parabéns, Diretor!
(Palmas.)
O Sr. Nereu D’Avila: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu quero, em nome do PDT, me solidarizar com a Bancada do PMDB por essa
lembrança. A Cidade não poderia, Diretor Carús, através do seu órgão
representativo, a Câmara, se omitir diante desses 40 anos. E como bem lembraram
os Vereadores, V. S.ª está dirigindo o departamento muito bem. Mas os
funcionários que aqui estão também merecem todo o louvor da Cidade pelo
belíssimo trabalho numa das coisas mais importantes, que é a limpeza. Eu lembro
que, no fim do Governo Collares, houve uma greve de recolhimento do lixo, e a
Cidade ficou numa situação simplesmente caótica. Esses 40 anos devem ser
lembrados através do trabalho de toda uma sucessão de diretores, mas, pode
crer, Diretor Carús, que V. S.ª, no entendimento desta Casa, no nosso
entendimento e no da população, vem respondendo às demandas, que não são
poucas. Às vezes, qualquer enchente, qualquer intempérie transtorna a Cidade, e
a população quer ver a Cidade sempre limpa e bastante agradável. Portanto,
parabéns à Bancada do PMDB por esta lembrança. Para finalizar, me permito aqui
uma homenagem de caráter muito pessoal, Carús. Queria lembrar do teu pai, que
estaria orgulhoso do teu trabalho, o Eroni Carús, que veio de Alegrete para
trabalhar na Assembleia e que foi um grande personagem político que muito
honrou o trabalhismo naquela época. Parabéns! Ele estaria feliz com o teu
trabalho. Parabéns também a todo o DMLU, ao seu corpo funcional por tudo que
vem realizando em favor da cidade de Porto Alegre. Muito obrigado. (Palmas.)
O Sr. Antonio Matos: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) (Saúda os
componentes da Mesa e demais presentes.) Eu estou Vereador pelo Partido dos
Trabalhadores, mas aqui eu me coloco também como um dos diretores e
coordenadores do Fórum de Catadores de Porto Alegre. É importante registrar que
não foi sempre assim no DMLU. Foi a partir da nova direção, desta dupla Carús e
Albarello, que se instalou o diálogo. E eu falo pelo Fórum de Catadores, que
tinha uma dificuldade, nós reclamamos e foi importante, muito importante isso.
Agora, no último encontro de fóruns, por exemplo, nós conseguimos, Srs. Vereadores,
já preparar o convênio para o ano que vem, já com o reajuste apresentado em
conjunto entre nós e o Governo. Então, é muito importante esse diálogo que está
estabelecido, tomara que continue assim.
Para encerrar, queria
colocar que ontem começou o Encontro dos Catadores do Brasil. Ontem, nós
tivemos, mais ou menos, 200 catadores no parque aqui ao lado, onde fazíamos o
debate que faremos no próximo dia 16, no Fórum de Catadores, sobre um fundo
municipal de unidades de triagem e catadores de Porto Alegre. Logo, logo,
aparecerá por aqui um projeto que nós estamos construindo junto com o Governo.
É nesse sentido que eu queria registrar a boa forma como a gente tem dialogado.
Obrigado.
A Sra. Mônica Leal: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Parabéns, 40 anos é
uma data muito importante a ser registrada. Tenho aqui que, em 15 de dezembro
de 1975... Eu queria cumprimentar a direção e os funcionários, porque ninguém
faz nada sozinho, é uma causa que é muito bem feita com todos juntos. Ver.
Cecchim, eu poderia falar em várias ações do DMLU, mas uma delas me chamou
muito a atenção ao longo desse tempo. O DMLU cumpre muito bem o seu papel com a
operação regular de coleta de resíduos, dando, inclusive, um passo à frente ao
automatizar essa coleta. Porto Alegre ganha com esse trabalho tão qualificado e
tão dedicado tanto da direção como dos funcionários. Parabéns!
O Sr. Tarciso Flecha Negra: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero cumprimentar o Diretor Carús, parabéns! Em nome do PSB, quero
cumprimentar esses trabalhadores incansáveis do DMLU. Cumprimentar de coração!
Eu moro há 14 anos no Centro Histórico de Porto Alegre e vejo que produzimos
muito lixo; aliás, o Brasil todo. E esses incansáveis catadores de lixo estão
ali correndo atrás do caminhão, sorrindo e recolhendo o lixo que todos nós
produzimos. Meus parabéns de coração a todos esses incansáveis trabalhadores do
DMLU!
O Sr. Delegado Cleiton: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Quero dizer do meu
prazer em estar aqui saudando a todos e que esse é um dos grandes departamentos
da Prefeitura pelo trabalho que desenvolve. Eu sou do tempo, Ver. Cecchim, do
Sujismundo. Eu era criança, faz tempo! Naquela época, a campanha criou um
sentimento de que uma cidade limpa era uma cidade com educação. E o DMLU tem
inovado cada vez mais, principalmente nesta gestão. Toda vez que encontro o
senhor, eu o cumprimento. E tenho colocado que, toda vez que eu puder falar bem
do seu trabalho, do trabalho dos funcionários do DMLU, eu farei com o maior
respeito.
Nós tivemos aqui dois
seminários de praticantes de religião de matriz africana, e o amigo Albarello
esteve presente, conversando e relatando. O que nós queremos é uma cidade
limpa, uma cidade com harmonia. Foi importante a participação dele no momento
em que tivemos que sentar e avaliar os ebós, uma lei que passou aqui na Câmara.
Aproveito este momento para agradecer todos os Vereadores e agradecer a
participação dos DMLU. Obrigados, senhores.
O Sr. Dr. Raul Fraga: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) (Saúda os
componentes da Mesa e demais presentes.) Gostaria de dizer da propriedade e do
bom andamento da sua gestão, Diretor Carús, frente ao Departamento; também ao
nosso Ver. Cecchim, que propôs, junto com a Bancada, esta homenagem. Eu, como
médico do trabalho, tive a oportunidade, inúmeras vezes, de atender os nossos
garis do DMLU. Eu acho que a maior homenagem que fica deve estar personificada
naqueles garis que correm, muitas vezes, dois ou três atrás de um caminhão. Eu
não sei de onde eles tiram aquela força tão grande, aquela competência tão
grande. Só quem conhece o dia a dia, a periferia onde eles moram, o que é a
luta de cada gari é que pode identificar neles o grande esteio do nosso DMLU.
Aqueles que realmente vão ali, que estão recolhendo diuturnamente o lixo da
nossa Cidade. Deixo um abraço muito grande – eu, que sou da saúde – em nome da
saúde pública, porque sabemos o que representa o DMLU, os serviços prestados ao
longo desses 40 anos para a saúde pública de Porto Alegre, assim como todos os
serviços que recolhem o lixo no nosso País representam. Nós estamos num momento
duro do Aedes aegypti por aí, todo mundo tem acompanhando novos
vírus, e o DMLU é importantíssimo para sanar esse isso e trazer qualidade de
vida para a população. Muito obrigado, saúde para
todos.
O SR. IDENIR CECCHIM: Obrigado, Dr. Raul.
O Sr. Rodrigo Maroni: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Idenir Cecchim, um dos
Vereadores mais bem posicionados e localizados aqui na Câmara de Vereadores.
Quero fazer uma saudação especial ao meu colega de movimento estudantil, André
Carús. Há alguns anos, estávamos na universidade, juntos; hoje, ele faz um
trabalho tão bacana. Eu estava comentando com ele aqui, antes, que eu estava
acompanhando pela Internet esse trabalho, que não é só um mero trabalho
institucional, mas de conscientização, de acompanhamento e da relação com as
comunidades da Cidade, que é fundamental, porque não basta também o DMLU tampar
um furo e a “colcha destapar”, que é a população ser consciente. E quero fazer
uma saudação que, para mim, é uma das mais importantes deste debate, que são os
servidores, que, independente da gestão – passa uma, vem a outra –, são os que
ficam. Eu, inclusive, tenho um tio que se aposentou no DMLU. E digo que os
trabalhadores do DMLU são os que garantem a política que é orientada e que é
fundamental.
Eu queria só fazer essa
saudação a ti, Idenir, que é uma pessoa sensível aos debates da Cidade, para
falar que, sem dúvida nenhuma, a questão do lixo é absolutamente marcante para
uma Cidade e, por isso, esse papel tão importante dos trabalhadores junto ao
André aqui, porque qualquer pessoa que vem para uma cidade, a primeira coisa
que ela nota é o quanto essa cidade é limpa ou não. Se vamos a uma cidade do
Interior, percebemos, muitas vezes, a diferença. E, aqui em Porto Alegre, vocês
garantindo um serviço de qualidade, como vêm garantindo, é fundamental
justamente para a nossa imagem, para a imagem da Cidade, isso atrai turismo,
isso atrai trabalho, empresas e, por
isso, vocês transcendem a questão do debate meramente a limpeza da Cidade.
Parabéns aos trabalhadores, parabéns ao Carús e ao Cecchim. Muito obrigado.
O Sr. Mendes Ribeiro: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Quero saudar o nosso Líder, Ver. Idenir
Cecchim; nosso Presidente, Ver. Paulo Brum; o Diretor Ernesto Teixeira, que nos
prestigia nesta tarde, e em teu nome, Carús, cumprimentar todos os servidores,
colaboradores do DMLU, na nossa Bancada muito bem representada pelo Cecchim,
pela sua fala, mas eu, como teu amigo e admirador do teu trabalho, não poderia
deixar de vir a este microfone desejar vida longa ao DMLU e dizer do belo
trabalho que fazes, 24 horas por dia, embelezando, cuidando da nossa Cidade, e
falar também da importância que o DMLU teve no serviço da enchente, do
temporal. O DMLU teve um trabalho excepcional, atendendo a tudo e a todos,
deixando a nossa Cidade em perfeito estado para, no dia seguinte, as pessoas
poderem sair de casa e realizar o seu trabalho. Então, vida longa ao DMLU.
O SR. IDENIR CECCHIM: Obrigado, Vereador.
A Sra. Lourdes Sprenger: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Sr. Presidente,
Ver. Cecchim, fazendo esta homenagem ao DMLU, uma grande
autarquia municipal, assim como outras. Pelo que vejo, o DMLU sempre é
lembrando quando faltam os serviços, porque a importância nem sempre nós
conseguimos avaliar. Um exemplo da área em que atuamos, além do lixo, é dos
animais mortos. Dentre os trabalhos que são feitos pelo DMLU, temos o
recolhimento de animais de grande e pequeno porte. Nós sabemos que a população
não tem a devida educação para tratar os lixos de suas residências, jogam nas
calcadas, as pequenas obras também jogam o lixo nas calçadas, e sempre
recebemos a reclamação de que o DMLU não está atendendo. Mas as pessoas não
veem todo o trabalho que tem numa cidade, principalmente na periferia, que são
quase 800 vilas, a necessidade de retirada de lixo, os focos, usuais, aonde o
DMLU vem, limpa e as pessoas continuam colocando o lixo ali. Nós desejamos
sucesso e cumprimentamos todos os funcionários, o Diretor da Ceasa, o Ernesto
Teixeira, que está aqui presidindo, prestigiando o evento. Isso é dar
visibilidade a essa autarquia municipal. Parabéns, André. (Palmas.)
O Sr. Dr. Thiago: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Idenir
Cecchim, quero parabenizá-lo pela lembrança e pela homenagem; parabenizo o
André, pela condução; não poderia deixar de citar aqui o André Carolino, lá da
Restinga; o Edmilson, que até pouco tempo era coordenador da Orla, agora está
nas ilhas; o Franco, aqui do Centro; o Jorjão; e dizer que este tema, lixo,
realmente tem uma relação muito íntima e muito direta com a questão da saúde.
Sem dúvida alguma as condições de vida das pessoas e as condições de saúde
passam por uma exclusão do processo de sujeira, do processo de acumulação, às
vezes, até de parte patológica de algumas pessoas, do lixo. Então, parabéns ao
DMLU, parabéns pela sua condução, sem dúvida alguma estamos aqui para afiançar
que o serviço de limpeza urbana é fundamental e importantíssimo para a saúde
dos porto-alegrenses. Parabéns pela homenagem.
O Sr. Clàudio Janta V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Cecchim, Paulo Brum, André Carús,
realmente o DMLU tem um papel importantíssimo na Cidade, principalmente onde as
pessoas acham que o espaço público virou um espaço de depósito de lixo. Os
terrenos da nossa Cidade, nas praças, nos locais públicos, as pessoas acham
que as pessoas podem simplesmente largar o lixo ali, e o DMLU fazer a coleta
desse lixo. São sofás, armários, uma série de coisas atirada, e o DMLU tem
feito o papel de recuperar esses espaços, ajardinando-os, só que é uma luta
inglória, se recupera esses espaços e a 50 metros, muitas vezes até três
metros, as pessoas fazem um novo foco de lixo. É um trabalho muito grande de
conscientização não só nesses espaços, mas nos nossos arroios, nas nossas
beiras de açudes. É um trabalho muito grande e que vem sendo feito com muito
esmero. Queremos que sempre esteja junto esta Casa, a população ajudando, não
somente os nossos agentes que vão ajudar a empresa pública, é um trabalho de todos
nós.
A Sra. Jussara
Cony: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) O Ver. Maroni, Ver.
Cecchim, já representou a bancada, mas eu falo em nome da oposição. Primeiro,
quero começar lhe cumprimentando por nos oportunizar neste momento transversalizar
aqui o significado do DMLU. Então sempre é bom para a Câmara como um todo e
para a cidade de Porto Alegre quando a Cidade homenageia um espaço público
estatal estratégico sob vários aspectos. E vou me dirigir ao André Carús: Quero
dizer, antes de mais nada, que tu és herdeiro de uma grande lembrança para mim,
do teu pai, Eroni Carús, fomos militantes na época ainda da clandestinidade,
quando meu partido pertencia à Tendência Popular do MDB, e teu pai, como
Vereador, lá nas bandas do Alegrete, nas lutas todas pela redemocratização
deste País. Quero trazer essa memória aqui porque sempre é importante para
aqueles que dão continuidade saber, não porque ele sabe ou vivenciou, mas saber
de outras forças políticas o significado, naquele momento, de um homem como teu
pai. Quero te cumprimentar e quero me dirigir aos servidores do DMLU, não só
como líder de oposição, mas também como Presidente da Frente Parlamentar em
Defesa do Servidor e do Serviço Público. E por que eu me dirijo assim tanto ao
gestor quanto ao servidor? O gestor tem, nos trabalhadores, e isso quanto mais
o gestor entender e compreender melhor, que são os detentores do conhecimento,
das tecnologias, e têm avançado muito essas tecnologias, como sustentáculo para
as políticas públicas e para a gestão. E aqui se trata de uma política pública
de uma transversalidade entre meio ambiente e saúde que é estratégica para a
nossa saúde pública. Faço parte da COSMAM – Comissão de Saúde e Meio Ambiente –
e quero dar o meu testemunho de que tanto o André Carús, como Diretor, quanto
os trabalhadores, com a sua presença, com a sua equipe têm nos ajudado muito no
sentido de buscar soluções, Ver. Idenir Cecchim, nessa transversalidade entre
saúde e meio ambiente. Finalizo dizendo que penso que esta Casa tem que
conversar mais com o DMLU, em função de uma cadeia produtiva estratégica, que
vem da política nacional, da política estadual – que consegui implementar, o
seu início, como Secretária do Meio Ambiente do Governo Tarso – e da política
municipal de resíduos sólidos. Essa é uma cadeia produtiva estratégica, cadeia
produtiva do lixo que se chama, para a geração de emprego, mas é estratégica
também para renda, para mudar culturalmente esse hábito de atirar o lixo em
qualquer lugar, trabalhar com os carrinheiros, enfim, fazer essa cadeia
produtiva para a educação permanente da população. Creio que o DMLU está nesse
rumo e acho importante dialogar ainda mais com esta Câmara, que tem que ser
parceira estratégica no sentido de implantarmos a política municipal junto com
a estadual e a nacional de resíduos sólidos no Município de Porto Alegre. Muito
obrigada. Parabéns ao DMLU, aos seus trabalhadores e a todos os gestores que
por lá passaram, nos deixando esse legado do Departamento Municipal de Limpeza
Urbana. Parabéns!
O SR. IDENIR
CECCHIM: Obrigado.
O Sr.
Reginaldo Pujol: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Vereador, diz que recordar é viver. De certa forma, meus caros André
Carús e Presidente Paulo Brum, eu sou tomado de uma certa nostalgia ao relembrar,
André, que há 40 anos eu estive presente nos atos de instalação do Departamento
Municipal de Limpeza Urbana como autarquia, sucessora que era do antigo
Departamento de Limpeza Pública da Cidade, o DLP. Lembro-me bem daqueles
lutadores da época, especialmente do primeiro Diretor-Geral, meu colega
Vereador da época, João Mano José, que lá estava acompanhado pelo Oscar
Trindade, que mais tarde seria também diretor da autarquia; do Vargas e outros tantos colaboradores que presentes estavam diante desse primeiro
envolvimento do órgão. E hoje tu tens a condição de representá-los com firmeza,
com segurança, realizando um belo trabalho. Eu sou testemunha das inovações da
tua equipe, onde circulam inclusive grandes amigos meus, como o Diretor-Adjunto
Vercidino Albarello, aqui presente, e o meu amigo Dr. César Alberto Ranquetat, que eu não sei se está presente mas
eu faço questão de nominar, como duas contribuições muito expressivas que a
minha grei partidária oferece à tua administração, que é fecunda, que é qualificada,
inovadora e, sobretudo, ajustada aos tempos em que vivemos.
Há muito tempo, meu
caro Cecchim, que a gente ouve aquela expressão “o lixo é um luxo”, tamanha
riqueza do lixo urbano, especialmente em cidades como Porto Alegre, onde a
separação do lixo orgânico, do metal, do vidro, é um fato razoavelmente
recente. E agora, na nova política dos resíduos sólidos, se agiganta, se
transforma e marca espaço no cotidiano de Porto Alegre. Então, quero te
cumprimentar. Diz o meu querido amigo Delegado Cleiton que toda a vez que eu
saúdo alguém aqui na Casa, eu me refiro ao pai, à mãe, ao tio, ao sobrinho. Eu
não posso deixar de te saudar e ao sucesso que tens hoje como administrador do
DMLU, dizendo da lembrança que o teu pai me traz nesta hora. Porque recordar é
viver e eu recordo os bons momentos que juntos nós passamos. Meu abraço, meus
parabéns e continua contando com o nosso mais integral apoio para realizar essa
fecunda tarefa, qualificada, moderna, excelente que tu e a tua equipe vêm
realizando no DMLU. Parabéns a todos vocês! (Palmas.)
O SR. IDENIR CECCHIM: Obrigado, Ver. Pujol.
Vereador e Diretor do DMLU, André Carús, o seu pai, Eroni Carús, foi meu colega
até de eleições – eu vejo aqui o Rômulo Brasil que foi colega dele na
Assembleia, queria saudá-lo também. Queria dar um abraço para o Ernesto
Teixeira, que foi um grande Diretor do DEP, Secretário da Defesa Civil e hoje
chamado pelo Governador Sartori como Presidente da Ceasa, dando uma
demonstração lá não só de como cuidar de uma empresa estatal, mas de aproveitar
aquilo que se pode tirar de uma empresa para ajudar a população mais
carente. Parabéns, Ernesto Teixeira,
por esse programa fantástico que estas lançando e fazendo lá na Ceasa. Também
quero saudar o Vercidino Albarello,
ao Léo Voigt. Vejo aqui o Dr. Szinvelski, que passou pelo DMLU, agora é Diretor do Detran, seja bem-vindo. Queria saudar o
João Carlos Viegas de Farias que está lá no meio, que até bem pouco tempo era o
Coordenador na Zona Norte; o Renato, que está lá na Lomba do Pinheiro e, em
nome dos dois, saudar todos os coordenadores, os funcionários do DMLU. Quero
dizer também, Diretor Carús, que as terceirizadas
são importantes. Quem trabalha nas
empresas terceirizadas do Departamento Municipal de Limpeza
Urbana tenham também o nosso respeito e reconhecimento, porque são muito
importantes. Mas um reconhecimento maior à Direção do Departamento Municipal de
Limpeza Urbana, Carús, por essa competência de fazer com que toda essa estrutura trabalhe numa direção só: na direção
de fazer de Porto Alegre uma cidade mais agradável, onde a população fala
com o DMLU, tem contato direto com o DMLU para deixarmos a nossa Cidade cada
dia mais bonita a cada amanhecer. Parabéns a todos aqueles que fizeram e estão
fazendo os 40 anos do DMLU, para o nosso orgulho. Obrigado.
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Convido o Ver.
Idenir Cecchim para entrega do Diploma em homenagem aos 40 anos de fundação do
DMLU ao Sr. André Carús.
(Procede-se à entrega
do Diploma.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Sr. André
Carús está com a palavra.
O SR. ANDRÉ
CARÚS: Sr. Presidente, Ver. Paulo Brum; em seu nome,
cumprimento os demais Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, com um agradecimento
muito especial ao Ver. Idenir Cecchim, Líder da Bancada do PMDB, meu partido,
em nome dele, saúdo os demais Vereadores; aos servidores do DMLU aqui
presentes, colaboradores, parceiros do Departamento e demais presentes que
acompanham esta Sessão. Não é uma Sessão Solene, mas a celebração dos 40 anos
exige uma certa solenidade, então preparei, obviamente que adequado ao tempo
que é permitido às falas, um pequeno registro que resgata um pouco da história
do Departamento até os dias de hoje. Vou fazer também uma homenagem a todos que
vêm construindo ou já contribuíram para a construção dessa historia. Hoje é uma
data especial para a cidade de Porto Alegre; a Câmara
Municipal de Vereadores recepciona, em seu período de Comunicações, o registro
e homenagem pelos 40 anos de criação do Departamento Municipal de Limpeza
Urbana, ocorrido em 15 de dezembro de 1975. A partir de hoje, outras atividades
serão desenvolvidas no mês de dezembro como celebração a esta data tão
importante: no dia 12, será realizada a festa de confraternização promovida
pela Associação de Servidores do DMLU, na sede da Associação dos Funcionários
da Carris. Neste ano, o tradicional encontro de integração será alusivo à
criação do Departamento. Já no dia 15, faremos a inauguração da galeria dos
ex-Diretores do DMLU em nossa sede na Av. Azenha. Momentos importantes de
reconhecimento ao trabalho que, ao longo da história, foram realizados pelos
diferentes diretores que estiveram à frente do Departamento, bem como de
reverência aos servidores que no cotidiano transformam e transformaram a
realidade da Cidade com garra, empenho e muita dedicação na promoção da limpeza
pública. A todos, fica o nosso muito obrigado. (Palmas.)
O
crescimento da população e o andamento natural da história fizeram com que o
Departamento Municipal de Limpeza Urbana tivesse que se adaptar ao longo do
tempo desde os cabungos, recipientes que os escravos usavam para coletar os
dejetos em geral, ao atual complexo processo da coleta de resíduos. Antes do
dia 15 de dezembro de 1975, quando a Câmara de Vereadores de Porto Alegre
aprovou a Lei nº 4.080, que transformou a então Divisão de Limpeza Urbana em
autarquia, muita história aconteceu. Os primeiros registros sobre a preocupação
com a Limpeza Urbana de Porto Alegre são do século XIX, quando o Presidente da
Província da São Pedro do Rio Grande do Sul, Duque de Caxias, em 1842, ordenou
à Câmara Municipal que se fizesse cessar os despejos e mais imundices que se
faziam na rua que ficava nos fundos do quartel, do 11B. Caxias também
determinou que fossem construídos trapiches e se proibisse despejos às margens
do Guaíba em pleno Centro da Cidade. Em 14 de setembro de 1850, por meio do
Decreto nº 598, foi criada a primeira comissão de higiene na Capital; no mesmo
ano, foi criado o Departamento de Higiene. Já em 1898, ocorreu o marco na
limpeza urbana, pois essa passou a ser obrigação do Município, como é até hoje.
Antes disso eram feitos contratos de empreitada para realização de coleta do
lixo domiciliar e varredura das calhas. Para organizar a execução da nova
atividade pública, a Intendência Municipal comprou o prédio da Av. Azenha, nº
631, que, até hoje, abriga a sede administrativa do DMLU. As seções de higiene
e do asseio constituíram a antiga diretoria da Limpeza e Asseio Público até o
ano de 1936, com a Prefeitura de Alberto Bins. Em 1937, falava-se em Diretoria
da Limpeza Pública vinculada à Diretoria-Geral do Saneamento, e, mais tarde, em
Diretoria-Geral de Obras e Viação. Em 1945, o órgão responsável chamou-se de
Administração de Limpeza Pública ligado ao Gabinete do Prefeito. Em 1955, recebeu
o nome de Servidor de Limpeza Pública subordinado ao Departamento de Obras. Em
1969, em Departamento de Limpeza Pública. Finalmente, no dia 15 de dezembro de
1975, o mesmo órgão foi denominado Departamento Municipal de Limpeza Urbana, de
acordo com o instituído pela Lei 4.080 do mesmo ano, tendo, como primeiro
Diretor-Geral, Mano José, conforme referido pelo Ver. Reginaldo Pujol. Um
pequeno registro de como chegamos até hoje ao Departamento. Hoje o DMLU
planeja, coordena e fiscaliza o trabalho de empresas que executam o
recolhimento dos resíduos domiciliares, dos resíduos recicláveis e dos resíduos
públicos que são os originários da varrição da capina das ruas e dos focos
irregulares de lixo. Além do recolhimento dos resíduos, outros serviços foram
sendo incorporados à responsabilidade do DMLU, tais como corte de vegetação
com serviço de capina e roçada nas vias públicas e nos canteiros centrais de
grandes avenidas; a lavagem de ruas, logradouros e monumentos; a prevenção a
pichações em viadutos e pontes e a operacionalização dos cestos coletores pela
Cidade. O passar dos anos fez com que o DMLU aprimorasse seus mecanismos de
gestão, considerando, na atividade regular de limpeza urbana, a preservação
ambiental e inclusão social como consequência desse processo. Exemplos
materiais disso são projetos inovadores que acompanham os pioneirismos outrora
já conquistados por Porto Alegre, como o fato de ser a segunda Capital
brasileira a implantar a coleta seletiva no ano de 1990, a imposição do fim aos
lixões um ano antes, em 1989, e a criação do Código Municipal de Limpeza
Urbana, também em 1990, agora, atualizado pela Lei Complementar nº 728, de
2014. A troca solidária dos resíduos recicláveis por alimentos
hortifrutigranjeiros ou livros constitui-se numa prática de conscientização
ambiental, envolvimento comunitário com responsabilidade social e ambiental.
Esse é um exemplo de projeto inovador atual do departamento. O projeto nasceu
originalmente da parceria do DMLU com o Sindicato Rural de Porto Alegre e hoje mantém
sua execução a partir de convênio do departamento com as Centrais de
Abastecimento do Rio Grande do Sul, a Ceasa, aqui representada na pessoa do seu
Presidente, Ernesto Teixeira, e também do banco de livros da FIERGS. Porto
Alegre é também sinônimo de política pública voltada à geração de renda e
oportunidades derivadas da reciclagem. Cem por cento dos resíduos arrecadados
pela seleta coletiva, que atende todos os bairros e ruas da Cidade, são
destinados para 19 unidades de triagem conveniadas com a Prefeitura por meio do
DMLU. Além disso, vale destacar que cada associação ou cooperativa responsável
pela administração dos galpões tem seus convênios remunerados, conforme o
atendimento de critérios como ocupação dos postos de trabalho e volume de
resíduos que são efetivamente triados. O Plano Municipal de Gerenciamento
Integrado de Resíduos Sólidos, exigência da Lei Federal nº 12.305, de 2010,
conhecido como a Política Nacional de Resíduos Sólidos, foi publicado na
Capital em novembro de 2013, resultado de uma exaustiva e qualificada discussão
liderada exclusivamente pelo quadro técnico de servidores do DMLU e
compartilhada com segmentos da sociedade civil organizada que possuem relação
com o tema. Hoje o plano orienta, de acordo com as metas e ações de planejamento
nele previstas, a gestão do Departamento e produz um importante legado para as
futuras gestões que irão dirigir a autarquia. Poderia fazer referência a uma
série de outros projetos desenvolvidos pelo DMLU, no entanto, o momento requer
não apenas o resgate da história, mas a afirmação do direito à memória da
comunidade porto-alegrense, que merece ter aprofundado o conhecimento sobre
tudo aquilo que representa o Departamento no dia a dia de uma metrópole como
Porto Alegre. O desafio atual da limpeza urbana, em uma sociedade globalizada e
cada vez mais conectada aos diferentes meios de relacionamento social, direto
ou virtual, está na afirmação do conceito da responsabilidade compartilhada.
Nem sempre o que se atribui como falha ou negligência do Poder Público a ele
compete. Mais do que nunca, a população deve fazer a sua parte.
Em uma coletividade, entender que existem somente
direitos, perdendo de vista a execução dos deveres, torna prejudicial a
convivência social e democrática. Por essa razão, o DMLU cumpre o seu papel com
operação regular das coletas de resíduos – inclusive, modernizando essa prática
com a implantação crescente da coleta automatizada, feita por contêineres na
região central da Cidade. Serviços de capina, roçada e varrição e oferta de
serviços personalizados, como as Unidades de Destino Certo – os chamados
Ecopontos – e as coletas eventuais, certa e itinerante para resíduos
eletrônicos são exemplos vivos dessas iniciativas.
Repito,
hoje, uma frase que disse quando da sanção do novo Código Municipal de Limpeza
Urbana, em 8 de janeiro de 2014, no Paço Municipal, pelo Prefeito Fortunati:
“Cidade mais limpa não é a que mais se limpa, mas, sim, a que menos se suja”. O
compartilhamento de responsabilidade por uma cidade mais limpa e sustentável
deve consagrar um novo padrão cultural de comportamento, com o Poder Público
executando a sua missão cotidiana, e sociedade descartando de forma adequada os
seus resíduos. Dessa forma, a realidade se transforma, e vamos fazer de Porto
Alegre um exemplo ainda maior de convivência, higiene, respeito ao ambiente
natural e qualidade de vida.
Muito obrigado aos servidores aqui presentes, à
Câmara Municipal pela iniciativa, através da Bancada do PMDB, acolhida pelos
demais Vereadores e pela Mesa Diretora, e a todos que são parceiros e estão
conosco executando a tarefa nada fácil, mas gratificante, de manter a nossa
Cidade limpa, e não só limpa, mas com uma cidadania educada e consciente do
papel que tem nesse processo. Muito obrigado a todos!
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Mauro Pinheiro assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Agradecemos a presença do Sr. André Carús, Diretor-Geral do DMLU, e dos funcionários
da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Parabenizamos também a Bancada do PMDB
por nos sugerir esta homenagem. Estão suspensos os
trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 16h38min.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum – às 16h39min): Estão reabertos os trabalhos.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum – às 16h41min): Havendo quorum, passamos à
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
NOMINAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 2184/13 – VETO PARCIAL ao
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 027/13, de autoria da Verª Lourdes Sprenger, que altera os a arts. 23 e 26 e revoga o
§ 1º do art. 22, os incs. I a IV do caput
e o parágrafo único do art. 23 e os arts. 24 e 25 da Lei Complementar nº 694,
de 21 de maio de 2012, excluindo proibições estabelecidas para a
comercialização de animais e determinando a esterilização, a microchipagem, a
identificação e o registro de animais comercializados no Município de Porto
Alegre.
Pareceres:
- da CEFOR. Relator Ver. Airto Ferronato: pela
manutenção do Veto Parcial;
- da CUTHAB. Relator Ver. Engº Comassetto: pela
manutenção do Veto Parcial;
- da COSMAM. Relatora Verª Jussara Cony: pela
manutenção do Veto Parcial.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art.
77, § 4º, da LOM;
-
votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.
Na
apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM
– aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO
– rejeita o Projeto, aceita o Veto.
-
Trigésimo dia: 26-11-15 (quinta-feira).
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em discussão o PLCL nº 027/13, com Veto Parcial.
(Pausa.) A Ver.ª Lourdes Sprenger está com a palavra para discutir o PLCL nº
027/13, com Veto Parcial.
A SRA. LOURDES
SPRENGER: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, está em votação o
Veto Parcial ao projeto que nós apresentamos, após duas audiências com a área
do mercado pet, sobre a
regulamentação ou a preocupação com o bem-estar animal. Recebemos muitas
reclamações sobre os animais que estão à venda, sem os melhores cuidados.
Também é necessário preservar o consumidor que compra um animal de uma raça e
acaba constatando que nem sempre isso é verdadeiro. Compra um animal de pequeno
porte, de uma raça determinada, e o animal acaba se tornando de grande porte,
conforme várias denúncias já recebidas. Então se acordou este projeto. Nós
temos um Veto Parcial ao projeto, com o qual concordamos com, porque, nesse
ínterim, nós trabalhamos, em um grupo, em nível no Estado, todas as leis que
dependiam de regulamentação, são 14 leis; nós integramos esse grupo, coordenado
pelo Gabinete do Deputado e veterinário Gabriel Souza, já está tramitando na
Assembleia exatamente o que foi vetado aqui, ou seja, a identificação dos
animais que estarão à venda com procedência e depois com encaminhamento. Então,
sem problemas, acatamos este Veto; o projeto vai ficar com essa regulamentação
estadual visando a atender ao que tanto é reivindicado: proibir o comércio sem
os devidos cuidados, visando apenas a um animal como um objeto. Então, nós
vamos lutar sempre pelo bem-estar dos animais. E esta é a lei que apresentamos,
então, não há problema, podemos acatar o Veto, porque, como já disse, a
regulamentação estadual vai contemplar. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em votação nominal o PLCL nº 027/13, com Veto
Parcial. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO o Projeto por 06 votos SIM e 22 votos NÃO. Mantido o Veto Parcial.
O SR. WALDIR CANAL (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a alteração
da ordem da priorização de votação, para que possamos, imediatamente, passar à
votação do PLL nº 012/09. Após retornaremos à ordem normal.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em votação o
Requerimento de autoria do Ver. Waldir Canal. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
PROC.
Nº 0674/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 012/09, de autoria do
Ver. Waldir Canal, que reserva 10% (dez por cento) das unidades de moradia e os
apartamentos térreos às pessoas idosas e às pessoas com deficiência
contempladas como beneficiárias nos programas habitacionais populares
implantados pelo Executivo Municipal, revoga a Lei nº 10.396, de 1º de abril de
2008, e dá outras providências. Com Emenda nº 01.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Luiz Braz: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto e da Emenda nº 01;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Nelcir Tessaro: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;
- da CEDECONDH.
Relator Ver. Toni Proença: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.
Observações:
- incluído na Ordem do Dia em 06-02-13;
- votação da Emenda nº 01 nula por falta
de quórum em 25-11-15.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em votação o PLL nº
012/09. (Pausa.) Não há quem queira encaminhar. Em votação a Emenda nº
01 ao PLL nº 012/09. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que a aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADA.
Em votação o PLL nº 012/09. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC. Nº 2350/15 – PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO Nº 035/15, que
estima a receita e fixa a despesa do Município de Porto Alegre para o exercício
econômico-financeiro de 2016.
Com Emendas nºs 01 a 188; Subemendas nº 01 às Emendas nºs 04, 07, 17, 21, 25, 26, 34,
36, 38, 54, 57, 59, 60, 67, 72, 78, 88, 90, 92, 97, 103, 104, 110, 129, 133,
137, 144, 152, 157 a 160, 165, 168, 181, 183; e Subemenda nº 02 à Emenda nº
157.
Parecer:
- da CEFOR.
Relator Ver. Airto Ferronato:
01. Pela aprovação
do Projeto e das Emendas nºs 01 a 03; 05; 06; 08 a 10; 12 a 15; 19;
20; 22; 24; 29 a 32; 35; 37; 40; 42 a 53; 55; 58; 63 a 65; 71; 73 a 77; 85 a
87; 109; 115 a 120; 123 a 126; 128; 130; 135; 136; 141; 142; 154 a 156; 166;
169; 170; 174 e 182.
02. Pela aprovação
das Emendas com Subemendas: nº 04; 17; 21; 25; 26; 34; 36; 38; 54; 57; 59; 60;
67; 72; 78; 88; 90; 92; 97; 103; 104; 110; 129; 133; 137; 144; 152; 158 a 160;
165; 168; 181; 183, todas com Subemenda nº 01, de Relator, e 157, com
Subemendas nºs 01 e 02, de Relator.
03. Pela rejeição
das Emendas nºs 07; 11; 16; 18; 23; 27; 28; 33; 39; 41; 56; 61; 62;
66; 68 a 70; 79 a 84; 89; 91; 93 a 96; 98; 99; 100 a 102; 105 a 108; 111 a 114;
121; 122; 127; 131; 132; 134; 138 a 140; 143; 145 a 151; 153; 161 a 164; 167;
171 a 173; 175 a 180 e 184; e da Subemenda nº 01 à Emenda nº 07.
04. Pela aprovação
das Emendas de Relator nºs 185 a 188.
Observações:
- para aprovação, maioria simples de votos, presente
a maioria absoluta dos Vereadores – art. 53, caput , c/c art. 82, caput,
da LOM;
- o Projeto será votado com as Emendas com Parecer
pela aprovação, nos termos do art. 120, VI, do Regimento da CMPA;
- para a votação em separado de Emenda com Parecer pela aprovação ou
rejeição, será necessário requerimento subscrito por um terço dos membros da
Casa – art. 120, VI, do Regimento da CMPA;
- após a aprovação de Parecer na CEFOR e durante a
Ordem do Dia não serão admitidas Emendas (art. 120, § 1º, do Regimento);
-
incluído na Ordem do Dia em 26-11-15;
-
discutiram a matéria as Vereadoras Fernanda Melchionna e Sofia Cavedon em
26-11-15.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em discussão o PLE nº 035/15. (Pausa.) A Ver.ª
Lourdes Sprenger está com a palavra para discutir o PLE nº 035/15.
A SRA. LOURDES
SPRENGER: Sr. Presidente, em discussão o Orçamento do Município de Porto Alegre.
Este ano, eu não fiz análise das demais áreas como fiz no ano passado, mas eu
quero falar das emendas e por que das emendas que nós apresentamos. Nós
apresentamos dentro de um contexto, visando a minimizar os problemas e as
reclamações para resgates, problemas de abandono, problemas de maus-tratos e
políticas públicas que deveriam ter sido mais implementadas. Nós apresentamos
uma emenda que é para as feiras de adoção, porque hoje nós temos um projeto em
que se adotam animais lá dentro do próprio canil na Lomba do Pinheiro, que é
muito distante. Há muitos anos, nós defendemos a descentralização das feiras.
Para descentralizar, tem custos. Inclusive, nos fins de semana, tem hora extra
para os funcionários que têm que ficar à disposição para fazer o atendimento
nas feiras de doação.
Paralelo a isso, nós também temos um projeto sobre
um desconto de IPTU para aqueles que adotarem animais do Canil Municipal, tudo
isso visando à rotatividade, para que não tenhamos que mandar animais para
outros Municípios como ocorre hoje, que eles são enviados para Cachoeirinha ao
custo de R$ 15,00 por animal ao dia. Então, nós apresentamos uma emenda de R$
72 mil que foi bem compreendida pela Relatoria, pela Comissão, reduzindo em R$
2 mil, o que entendemos já é um avanço no entender as nossas emendas.
Quanto à fiscalização, nós temos um grande número
de pedidos que estão sem atendimento, porque falta ampliar os serviços. Nós
apresentamos uma emenda no valor de R$ 200 mil, que foi reduzida para R$ 100
mil, o que vamos acatar, mas queremos deixar registrado que a intenção é de
atender, porque, quando se chama por um caso de maus-tratos, não adianta ir 15
dias depois, pois provavelmente, os animais já vão estar mortos. Ainda sobre
fiscalização: se nós queremos doar animais, nós temos que ter fiscalização,
porque o que se vê, às vezes, é que as pessoas tiram o animal de um lado,
encaminham para outro, muitas vezes levando para ambientes infectados, o que é
mais uma questão de saúde pública. O animal não vai sobreviver, vai se infectar
com, por exemplo, cinomose. Então, nós temos que ter esse cuidado. O animal tem
todas as leis ambientais que o defendem, o direito dos animais, não podemos
brincar de passar um animal de um lado para outro.
Fizemos também uma emenda no valor de R$ 60 mil, e
ainda a microchipagem. Para completar os R$ 10 mil do valor que a Prefeitura
apresentou, nós estamos fazendo uma emenda para 6.880 microchips e, também, aumentando as esterilizações para 6.880, o
que não é muito para uma Capital, porque a procriação é muito rápida. Se não
esterilizarmos com metodologia, com o que recomenda a Organização Mundial de
Saúde, é dinheiro posto fora. Então, nós apresentamos uma emenda com
esterilização a R$ 100,00, que é a média que se tem a baixo custo, para
completar o que a SEDA e o Município haviam previsto, que são R$ 688 mil.
Temos também outra emenda, porque hoje nós temos
regiões proibidas para carroças. Nós precisamos, então, ter placa de
identificação. Sem placa de identificação, nós não sabemos bem, porque tem uma
região em que ainda está em andamento a implementação, vai até o final do ano
que vem. Nós achamos que a EPCT, a Prefeitura tem que prever essas placas
dizendo que é proibida a circulação de carroças de acordo com a lei aprovada em
2008 e que está em implementação depois de todo esse tempo.
Uma situação nova foi que nós vamos receber de um doador,
segundo notícia da Prefeitura, R$ 4 milhões para construir um hospital. Esse
hospital, inicialmente, seria ali no Jardim Botânico; agora, parece que vai
ficar em Viamão, o que não atende, não contempla as pessoas que precisam devido
à distância. Ali onde era previsto inicialmente era um local mais adequado para
a demanda de Porto Alegre. São R$ 4 milhões, falei com o Relator, o Ver.
Ferronato, que me disse que isso vai entrar como investimento. Porém não se
acha, desde o ano passado até hoje, um registro no Orçamento. Então, eu faço
este registro da tribuna: esse recurso, realmente, já tem um termo divulgado.
Não me deram cópia desse termo ainda, e eu quero acompanhar, porque há
interesse de saber que tipo de doação vai ser, em que prazo vai ser, se vai ser
por 10, 15, 20 anos, se vai ser eternamente, para evitar, como já aconteceu em
outros casos, que, depois que termina esse prazo, o doador venha reivindicar a
área. Nós entendemos que, para se fechar esse ciclo de atendimento para os
animais, nós não vamos ficar resgatando animais por aí, isso é uma atribuição
de uma Secretaria que foi criada, que passou pelas nossas mãos, que deve dar
esse atendimento, porque nós temos esta atribuição aqui.
Também aproveito este registro para dizer que nós
já temos a Delegacia dos Direitos dos Animais por lei estadual. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para
discutir o PLE nº 035/15.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Caro Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores
que nos acompanham nesta tarde, nós estamos, neste momento, começando a
discussão – aliás, já começamos – da lei que determina o Orçamento para 2016.
São R$ 6,6 bilhões. A partir do Orçamento chegado à Câmara, recebemos 184
emendas para apreciação. O primeiro registro que gostaria de fazer é agradecer
à Comissão de Finanças, que, por três anos consecutivos, me designa como
Relator-Geral. Dessas 184 emendas, 15 são de iniciativa popular. Nós temos 74
emendas aprovadas na íntegra, mais 35 aprovadas com subemendas, exatamente para
adequar a emenda à capacidade da destinação da origem dos recursos; se não se
fizesse isso, daqui a pouco retiraríamos mais recursos de uma dotação do que o
total que temos aí. Então, mais 35 aprovadas com subemendas e 8 emendas
aprovadas numa unificação; significa dizer que diversos Vereadores apresentaram
a mesma emenda e, numa emenda de aglutinação, somamos todas elas. Rejeitamos
apenas 67 em razão de critérios técnicos ou jurídicos. Por exemplo, a lei não
permite que se destinem verbas a instituições privadas que não detenham, ao
menos, aquela utilidade pública; portanto, 67 rejeitadas.
Quero registrar que o total de emendas chegou a R$
10 milhões. Quero registrar também que conversei com a esmagadora maioria dos
Vereadores e aprovamos emendas de todos os Vereadores. Portanto, todos os
Vereadores, toda a Casa está contemplada pelo Parecer. Conversamos também para
que se evite destaques de emendas e para que se vote em bloco. Apenas quero citar
as emendas aprovadas, trazendo um abraço às pessoas que estão aqui nos
visitando e acompanhando de perto, também quero dizer que recebi “n” visitas,
telefonemas, e-mails, pedindo para
fazer pareceres favoráveis a diversas emendas, e acatamos praticamente todas:
emendas para a Banda Municipal, para a UAMPA, para as creches conveniadas – R$
2 milhões para creches –, e mais: Casa do Artista, Semana Qorpo Santo, programa
A volta do povo à praça, Dia do Orgulho Periférico, feira multicultural,
projeto da sede da Companhia de Arte, circo, PPCI para a Companhia de Arte,
corte e costura na restinga, telecentros, Capacitar e Integrar, políticas para
as mulheres, integração da Guarda, Semana da Restinga, centro obstétrico do
Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre, defesa Civil, modernização da
guarda municipal, saúde bucal, pavimentação da Rua Jorge Mello Guimarães – dois
trechos pequenos –, equipamentos de ginástica e canchas de bocha para a Praça
México, Banda Municipal, Mês do Idoso, Semana do Bairro Vila Assunção, reforma
da Praça 20 de Novembro, equipamentos de ginástica para a terceira idade,
cultura para a juventude, restauração de quadra de futebol, cobertura de
cancha, iluminação de praças, festival de música, iluminação do Arroio Moinho,
manifestação pela paz, Semana da Capoeira, políticas para o idoso, Semana do
Grafite, Semana do Hip-Hop, atletas paraolímpicos, igualdade racial, políticas
para a população LGBT, audiolivros, consciência cidadã, Wi-Fi livre em Porto
Alegre, prevenção à violência nas escolas, academia
de ginástica para a terceira idade, livro e leitura Cirandar, é o pessoal que
está conosco - parabéns para vocês que estão presentes conosco -, equoterapia,
diretrizes viárias, ponte na Ipiranga, Funproarte, ataxia, ciclovias, feira de
adoção, fiscalização sobre maus-tratos de animais, plantas medicinais e
fitoterápicas.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Ver. Airto Ferronato, me inscrevo e cedo o meu
tempo a V. Exa., que poderá usar da palavra por mais cinco minutos.
O SR. AIRTO FERRONATO: Agradeço a inscrição
de V. Exa., continuando, geração de trabalho e renda, centro de parto normal,
parque na escola dos Maias - projeto para a escola, transporte para a saúde,
plantas medicinais, semana do bairro Cruzeiro, Parque Humaitá, Parque dos
Maias, assédio moral, divulgação da campanha Maria da Penha, divulgação da
campanha LGBT, preconceitos, musica para o museu para o povo negro, acervo para
o museu para o povo negro, Largo Zumbi dos Palmares, semana do bairro Mario
Quintana e do Morro Santana também, formação da Guarda Municipal, semana da
Consciência Negra, festa de São Jorge, combate à intolerância religiosa,
iluminação das ruas da Vila Coqueiro, assistência à estudante com deficiência,
livro e leitura, combate ao bullying,
arte cênicas, política para as mulheres, procuradoria da mulher, direito
internacional da mulher, violência contra a mulher, revitalização do mirante da
TV no Morro Santa Tereza, Agapan, aniversario do Viaduto Otávio Rocha, horta
escolar, atelier livre, alimentos orgânicos, artistas de rua, academia de
ginástica, revitalização de praças e o nosso cachorródromo, proposta do Ver.
Cecchim. Estamos abrangendo praticamente cem por cento das emendas
apresentadas, repito, temos em torno de 115 emendas aprovadas. Apresentei três emendas, conforme havíamos acordado em reunião. A
Emenda nº 185 unifica as academias de ginástica; a Emenda nº 186 destina
recurso para a Casa Elétrica; a Emenda nº 187 é o projeto da Zona Rural; e a
Emenda nº 188, a última, trata de ajustes técnicos. Quero cumprimentar a todos
e dizer que tentamos democratizar o máximo possível neste ano, assim como
fizemos no ano passado, a aprovação dessas emendas, até para que nós
asseguremos, com isso, a participação das comunidades, que merecem nosso
registro e respeito quando apresentam suas emendas de iniciativa popular, e
também registrar o respeito e carinho que também temos por todos os Vereadores
desta Casa. De 184 emendas, aprovamos recursos de aproximadamente R$ 10 milhões
para destinações específicas. Acredito que, com isso, temos uma facilidade
maior para votar Orçamento, peço a votação favorável ao relatório; temos
certeza de que votamos a principal lei do Município numa forma bastante
participativa, com a presença de cidadãos e cidadãs, e com a participação de
todos os Vereadores da cidade de Porto Alegre. Um abraço e muito obrigado.
(Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver.
Bernardino Vendruscolo está com a palavra para discutir o PLE nº 035/15.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr.
Presidente, Ver. Paulo Brum; Sras. Vereadora e Srs. Vereadores, pela primeira
vez, depois de muitos anos, quero confessar aos Vereadores que vou votar contra
o Orçamento. Aos Vereadores da base do Governo, especialmente, quero pedir a
compreensão, e faço até como um protesto, porque eu não aceito essa prática
nova de destinar dinheiro para a construção do galpão do Orçamento
Participativo no Acampamento Farroupilha. Eu poderia ter feito emendas, mas aí
haveria um desgaste todo, e essa foi a maneira que encontrei de fazer um
protesto – e eu sei que vou ser compreendido pelos colegas Vereadores. Eu vou
votar em todas as emendas, mas, quando chegar o momento da votação do
Orçamento, vou votar contra como demonstração de que eu tenho muita
dificuldade. Eu não consigo enxergar o Orçamento Participativo nos Festejos
Farroupilha, nem os Festejos Farroupilha dentro do Orçamento Participativo.
Para mim são corpos estranhos, um não tem nada a ver com o outro. Eu poderia
até dizer, e aí estaria brincando, mas também não estaria, que não lembro de
Bento Gonçalves, Bento Manoel, Garibaldi, o próprio Lucas de Oliveira
discutirem Orçamento Participativo. E por que é que eu falo isso? Porque a lei
que estabeleceu as comemorações Farroupilha, Lei nº 7.855/96, tem como princípio
oficializar a Semana Farroupilha, destinada anualmente a promover eventos
culturais, artísticos alusivos à tradição gaúcha e comemoração da epopeia
farrapa. E se não bastasse, considerando que no ano passado foi encaminhado à
Procuradoria do Município, que deu aval, a solicitação de R$ 240 mil para o
galpão do Orçamento Participativo. E, saindo esse valor, logo a seguir, foi
feito um aditivo ao convênio, destinando R$ 90 mil para alugar um galpão de
costaneira, R$ 118 mil para uma empresa de portaria e 30 e poucos mil para
brindes. Em 2015, não se têm informações, porque ainda que haja uma lei
estabelecendo prazo de 30 dias para logo depois do Acampamento Farroupilha ser
encaminhada a esta Casa – é uma lei ainda do Oliboni –, até o presente momento
nós não recebemos a movimentação financeira de 2015.
Para 2016, o Governo,
através da Secretaria Municipal da Cultura, pretende destinar R$ 343 mil, assim
distribuídos: R$ 100 mil para a construção do galpão; R$ 50 mil para atividades
culturais do galpão do Orçamento Participativo. São R$ 150 mil para um CTG e
mais seis piquetes. Mas e os outros 300 e tantos que lá acampam? Por que
escolher? Por que privilegiar meia dúzia de entidades, em detrimento das
demais? Por que isso, por que essa escolha? Então, aí está a nossa dificuldade
em votar o Orçamento; portanto, fazemos esse gesto e assim dissemos lá na
CEFOR, quando votamos desaprovando, com declaração de voto, uma manifestação
para tentar chamar a atenção do Poder Público, no sentido de que o Orçamento
Participativo é um corpo estranho ao Acampamento Farroupilha, aos festejos
Farroupilha; e os festejos Farroupilha também é um corpo estranho junto ao
Orçamento Participativo. Então, nós queremos pedir a compreensão dos
Vereadores, mas não aceitamos essa ideia de privilegiar algumas entidades que
lá acampam, seis, sete, oito, em detrimento de 300 e tantas entidades. Quem
acampa já faz projetos culturais desde o início; e não há incentivo com verba
pública. Então, nós não podemos privilegiar uns em detrimento de outros. Eu
agradeço a compreensão do Presidente e dos demais colegas Vereadores, no
sentido de entender por que votarei contra.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Apregoo e
defiro o Requerimento de autoria do Ver. Marcelo Sgarbossa e de outros
Vereadores, solicitando que sejam votadas em destaque as Emendas nº 145, nº
146, nº 149, nº 150, nº 151, nº 66 e nº 68 ao PLE nº 035/15.
O Ver. Alberto
Kopittke está com a palavra para discutir o PLE nº 035/15.
O SR. ALBERTO KOPITTKE: Caros colegas, de
forma muito breve, obviamente que a discussão do Orçamento é uma discussão
ampla, complexa; já fizemos aqui diversas vezes e seguiremos fazendo. Mas eu
reservo aqui o meu tempo para fazer uma saudação para uma entidade que está
aqui, uma rede, na verdade, a nossa Rede de Bibliotecas Comunitárias da Cidade,
que os colegas já conheceram aqui numa Tribuna Popular - o Governo acatou a
emenda; e eu sempre no compromisso que tenho aqui do diálogo franco e de
conteúdo, fazemos a crítica profunda, sincera sobre as diferenças que temos, e, neste
momento, quando houve um reconhecimento. Eu sou meramente o signatário, na
verdade, é uma trajetória de anos de uma rede de bibliotecas que estão
inseridas na comunidade, em várias comunidades da Cidade, e estão fazendo
aquilo que eu acredito que seja o caminho. Nós falamos muito aqui em violência,
é o tema que eu trato prioritariamente e, se nós quisermos reduzir a violência,
não é aumentando penas, não é aumentando o número de jovens no presídio
central, colega Antonio Matos, é aumentando o número de bibliotecas nas
comunidades de periferia. É a concepção de que a cultura é a arma mais potente
para nós construirmos a paz e uma sociedade realmente desenvolvida no sentido
humano do desenvolvimento. Então, cumprimento a luta de vocês. Essa emenda vai
ficar registrada, e agora vai caber o esforço aqui, junto aos colegas do
Governo, junto ao Governo Municipal para liberá-la. Então, aqui nós temos uma
parte da batalha e, com o Vereador Pujol – nisto eu tenho plena concordância –,
infelizmente, os Orçamentos no Brasil, essa peça que nós estamos votando hoje,
esse documento, ele é importante, é relevante, mas, na prática, ele acaba sendo
uma peça de ficção, porque não obriga o Município a executar esse recurso, nem
aqui, nem em nenhum outro Município do Brasil. Então, essa é uma luta que nós
ainda temos que superar no Brasil para que os planos, os planejamentos sejam
cumpridos.
Eu também saúdo aqui uma segunda emenda que diz
respeito ao investimento na nossa Guarda Municipal, que nós fizemos para a
formação da nossa Guarda para o fortalecimento da pesquisa na área de segurança
pública. Esse é outro tema que nós defendemos aqui. Nós temos que juntar as
universidades que nós temos em Porto Alegre – a PUCRS, a UFRGS, a Unisinos e tantas
outras -, que têm pesquisadores da melhor qualidade - nós temos que juntar com
a área que faz a segurança pública no dia a dia. Somente assim nós vamos
conseguir também superar esta realidade, esta triste realidade de violência
deste ano, que vai entrar para a história como o ano mais violento da história
de Porto Alegre. E isso é algo que deve, na minha opinião, ser objeto de
preocupação número um de todos nós, porque os demais problemas com luta, com
mobilização popular, nós vencemos; mas a morte de 700 jovens porto-alegrenses
não há como ser superada depois. Já que estamos falando de orçamento, estamos
falando de futuro, e eu continuo com a esperança de que o tema da violência,
sob esse enfoque da mobilização comunitária, do fortalecimento da relação da
comunidade com a nossa Guarda Municipal, com a Brigada Municipal, com a Polícia
Civil, um dia, se torne a prioridade na nossa Cidade. Então fica aqui o nosso
registro deste momento importante, dessas duas emendas e da luta das nossas
comunidades, que, ao fim, é a riqueza desta Cidade. Muito obrigado, Sr.
Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Paulo Brum): Apregoo PLL nº 266/15, de autoria da Mesa Diretora.
A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para discutir o PLE nº 035/15 e, depois, prossegue
por cedência de tempo do Ver. Rodrigo Maroni.
A SRA. JUSSARA
CONY: Boa tarde, Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, todos
aqueles que vieram, hoje, a esta Sessão, acompanhar a votação do Orçamento. Eu
tenho sempre presente que, talvez, no futuro, a gente possa discutir o
Orçamento em um horário mais noturno, até, para que os trabalhadores, que são
os maiores interessados na discussão da gestão, possam estar presentes. Quando
nós vimos a uma tribuna e quando trabalhamos o Orçamento, seja na gestão, seja
no Poder Legislativo, através das nossas emendas, sem dúvida nenhuma, nós temos
que pensar em função das demandas que a cidade de Porto Alegre, cotidianamente,
traz a esta Casa e deve levar, também, à gestão. Mas é muito difícil, mesmo,
para todos os trabalhadores poderem estar aqui num momento como este.
Eu solicitei ao Ver. Rodrigo Maroni que também me
fornecesse o seu tempo porque eu, a partir de amanhã – entre amanhã e sábado –,
estarei como delegada na Conferência Nacional de Saúde, em Brasília – delegada
na etapa municipal e estadual, e a conferência é nacional. Sempre acho que, no
momento em que vou discutir a relação da gestão com a emenda dos Vereadores...
Nós aprovamos emendas, e elas acabam não sendo executadas. Eu vou acabar
trazendo essa discussão no momento em que vier discutir as emendas que
apresentei à Lei Orçamentária do Município. Eu creio que a Administração
Fortunati/Melo tem procurado... O Orçamento é a base para a Lei Orgânica; e o
Orçamento é a base para poder dizer isso aqui. Ela espera resolver problemas
históricos da Cidade, aplicando as mesmas receitas que já demonstraram
insuficientes ou incapazes. Não é possível nós obtermos resultados novos
aplicando sempre as mesmas receitas. Além disso, mesmo em sua aplicação
conservadora, nesse aspecto de gestão, se mostra ineficiente, aprofundando os
gargalos e as desigualdades; a desigualdade urbana, a desigualdade econômica, a
desigualdade social e cultural.
Um outro aspecto que eu quero trazer, mesmo com
essa face administrativa tradicional, naquilo que se propõe a realizar, o
modelo de gestão tem mostrado para Porto Alegre maus resultados. Os dados
financeiros, se nós tivermos um histórico, nós vemos a queda nos resultados
primários desde 2008, se agravando nos anos de 2012 e 2013, quando os déficits
nominais chegaram às casas de 178 e 235 milhões de reais. O que mostra – e aqui
eu quero chamar a atenção de todos nós, da Casa Legislativa, da população de
Porto Alegre – uma profunda defasagem entre a arrecadação e as despesas do
Município. Ainda pior: o déficit que está previsto para o Orçamento de 2016 é
da ordem de R$ 300 milhões, aumentou, então, aquela relação entre a
arrecadação, o que se arrecada e o que se investe – eu não gosto de chamar de
despesa, em se tratando de políticas públicas dos investimentos. O maior
desequilíbrio orçamentário em mais de 30 de anos, e consolida a tendência de
fechamentos negativos de déficits.
Um terceiro aspecto que eu quero levantar agora é
um dos resultados mais nefastos se nós olharmos sob a ótica da política
econômica, e que afetou sobremaneiramente a Cidade de forma mais direta, foram,
inclusive, os profundos cortes nos investimentos previstos ainda para 2014.
Esses cortes levaram à não execução ou atraso na execução de obras fundamentais
nas áreas de saneamento, de combate a enchentes, de transporte e circulação,
como o Programa Esgoto Certo, da recuperação do dilúvio, do programa CooPerA,
das obras viárias como o BRT, o aeromóvel e metrô, além das duplicações e prolongamentos das nossas vias arteriais atrasadas ou não executadas.
Lembramos aqui que, quanto mais as obras atrasam, pela má gestão ou pela
incompetência, mais caras elas ficam e oneram muito mais os cofres municipais
que poderiam estar aplicando em outras áreas estratégicas como a área de saúde
pública.
Um outro aspecto que
eu acho importante no Orçamento é que as obras que estão sendo executadas são
as com recursos do Governo Federal, e com atraso, que são as obras do PAC e do
PAC 2. O Orçamento também é uma peça que deve apresentar transparência, como um
dos pilares do chamado modelo de gestão do Executivo. Contudo, Porto Alegre é
apenas a 19ª no ranquing da
transparência entre as 27 Capitais, segundo a ONG Transparência Brasil, ou
seja, é uma das capitais com menos transparência de gestão do Brasil. Isso nós
temos de discutir aqui também. Por exemplo, Porto Alegre não responde aos
pedidos de informações que fazemos, como Liderança de oposição, como Liderança
de bancada, para obras como essas, além das da Copa, como essas que citei há
pouco.
Um quarto aspecto é que dentro das prioridades do Executivo, na questão desse Orçamento
que nós vamos votar, não está a área social. O menor orçamento de todos os
programas do eixo social é o chamado Porto da Igualdade. Se não aplica no eixo
social, se aplica menos, não tem Porto da Igualdade, porque a questão social é
a mais candente hoje. Esse programa é destinado a políticas de compensação,
justiça e busca de igualdade, e o seu orçamento é de R$ 12 milhões apenas.
Outra área, a da
Secretaria de Direitos Humanos, tem orçado apenas R$ 69 mil. Nada contra os
direitos dos animais, mas, em contraponto, eu tenho de dizer aqui que 10% do
Orçamento é destinado à política de animais domésticos, através da SEDA - são
R$ 560 milhões. Então, nós temos que pensar: direitos humanos, R$ 69 mil, Ver.
Kopittke, é impossível! Então, vamos equilibrar, vamos equilibrar. É
estratégico que a Secretaria de Direitos Humanos tenha uma aplicação condizente
com a sua importância. Segundo informações da própria Secretaria da Saúde,
faltam mais de R$ 60 milhões para obras de recuperação e construção de postos
para o bom atendimento da população, e, apenas, dar conta das demandas
reprimidas, incluindo a reforma do Posto da Cruzeiro, por exemplo, que necessita
de quase R$ 30 milhões. Faltam recursos da ordem de R$ 3 milhões, para
transporte e saúde não emergencial. Um transporte que pode desafogar as vagas
das UBS e dos postos municipais. Segundo a Secretaria Municipal, há vagas
ociosas nos hospitais da Cidade por falta de locomoção dos pacientes e, também,
faltam recursos, da ordem de R$ 15 milhões, para a assistência farmacêutica,
que é estratégica, é medicamento. Tem a Farmácia Popular do Governo Federal,
tem, mas falta! A própria SMS admitiu terem faltado inúmeros medicamentos nos
postos. Então, saúde é ou não é prioridade? É isso que nós temos que discutir:
as prioridades. Na COSMAM, saúde é prioridade todos os dias! Na semana passada,
nós fizemos três reuniões, duas extraordinárias, além da reunião ordinária. E,
mais uma vez, veio que questão do PAC do Posto da Cruzeiro, que precisa R$ 30
milhões, Ver.ª Lourdes Sprenger – depois quando for falar nas emendas, vou
falar, por exemplo, dos R$ 2,5 milhões da Comcreche. E mais: muitos programas
fictícios de R$ 1 mil, por exemplo: como um Conselho Municipal vai atuar um ano
inteiro, o Conselho Municipal de Saúde, por exemplo, com R$ 1 mil? Então, são
essas questões que estamos trazendo aqui para uma discussão mais aprofundada,
como Líder do PCdoB, como Líder da oposição e como uma Vereadora de Porto
Alegre na discussão, em alto nível, inclusive, com o Líder do Governo, com
todas as bancadas. Nós somos Vereadores desta Cidade, nós temos que estar
atentos a essas questões. A opinião do PCdoB é essa. Peguei os nossos dois
tempos, exatamente porque procuramos estudar a fundo para poder fazer as
emendas das demandas que nos chegam todos os dias.
A Sra. Lourdes Sprenger: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento da oradora.) Eu solicito que a senhora verifique
novamente o seu texto, porque eu entendi que a senhora falou em R$ 500 milhões
para os animais e não chega nem perto.
A SRA. JUSSARA CONY: R$ 570 mil.
A Sra. Lourdes Sprenger: O total geral
é de R$ 7 milhões, com carros, funcionários, porque é a única Secretaria que
não tem recursos de fundos, e do Exterior, está bem?
A SRA. JUSSARA CONY: Eu vou verificar,
Vereadora. E agradeço a atenção porque essa é a maneira elevada que temos de
discutir, felizmente, nós duas. Não é para contrapor os direitos dos animais,
mas R$ 69 mil é muito pouco para Direitos Humanos. Vou verificar e agradeço a
sua contribuição.
A Sra. Lourdes Sprenger: Sim. Até
porque animal também é uma questão de saúde pública.
A SRA. JUSSARA CONY: De maneira nenhuma eu
me contraponho, inclusive, disse aqui: é uma questão de saúde publica, como é
uma questão de saúde pública o PAC da Cruzeiro, como é uma questão de saúde
pública também a gente ter investimento em direitos humanos. Com direitos
humanos, naturalmente, saúde não é só saúde física – é física, mental,
emocional e até espiritual.
A Sra. Lourdes Sprenger: Estamos sem
recursos do SUS, há uma portaria que tirou inclusive da Zoonoses.
A SRA. JUSSARA CONY: Os recursos do SUS
são nacional, estadual e municipal. Nas questões da porta de entrada, é o
Município de Porto Alegre. Tanto a senhora como eu queremos mais dinheiro para
a saúde, para todos, para aquilo que a natureza nos põe em relações humanas
diferenciadas. Agradeço, Ver.ª Lourdes, vou pedir para ser verificado. Essa é a
opinião do Partido Comunista do Brasil; em relação às emendas, nós vamos
discutir depois, mas não sem antes elogiar o trabalho do Ver. Ferronato, porque
acho que todos nós dialogamos com o Ver. Ferronato, ele é o melhor relator que
nós podemos ter sempre, porque, dentro das perspectivas, das dificuldades, há
um diálogo franco, aberto nas relações que temos com o Ver. Ferronato e, como
Líder de oposição, com o Líder do Governo. O Orçamento é escasso, mas os
problemas são enormes. Então, vamos buscar nesse processo – é isso o que o
PCdoB faz – alocar no sentido de garantir mais políticas públicas, mais
direitos e uma gestão mais eficiente na aplicação dessas políticas públicas. É
nosso dever fazer esses questionamentos e trazer as nossas opiniões, afinal nós
estamos discutindo o dinheiro dos impostos do povo de Porto Alegre que quer ver
a sua aplicação em políticas publicas eficientes, repartido de uma forma mais
eficiente e sempre dizendo: “Nós temos que buscar”. Para não haver nenhuma
dúvida desta Vereadora, vou para a Brasília lutar na Conferência Nacional de
Saúde pelos 10% da receita tributária bruta da União para o nosso Brasil,
portanto por mais dinheiro da União para a cidade de Porto Alegre. Aí não tem
contraditório, Ver.ª Mônica, é isso, fazemos aqui e vamos lá buscar, porque é
direito do povo pelos impostos que paga. Obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
(O Ver. Waldir Canal
assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Waldir Canal): A Ver.ª
Fernanda Melchionna está com a palavra para discutir o PLE nº 035/15, por
cedência de tempo do Ver. Prof. Alex Fraga.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA:
Sr. Presidente, eu já tinha discutido o Orçamento na quinta-feira
passada, quando se iniciou a discussão, mas volto à tribuna. Antes quero
cumprimentar os ativistas e militantes da leitura, a rede de bibliotecas
Cirandar, a Coordenadora do Plano Municipal do Livro e da Leitura, a Renata; a
Jaqueline, da Secretaria Municipal de Cultura; a Jussara, da Câmara
Rio-Grandense do Livro; o nosso querido Uli, da Associação Rio-Grandense dos
Bibliotecários e também do Instituto Goethe. São parceiros da nossa luta em
defesa do livro e da leitura em Porto Alegre e estão acompanhando, Vereadores e
Vereadoras, a aprovação das duas emendas que dizem respeito ao livro e à
leitura. Não é nenhuma novidade para os Vereadores que, na proposta
orçamentária, vieram registrados apenas R$ 2 mil para o Plano Municipal do
Livro e da Leitura. Eu denunciei sistematicamente nesta tribuna e denunciei nas
redes sociais. A cidade de Porto Alegre conquistou, a partir de um processo de
luta e de mobilização, um Plano Municipal, que teve a participação de mais de
duas mil pessoas em plenárias, em debates pelos bairros da Cidade, com o apoio
decisivo da nossa Câmara Municipal. Foi um processo combinado de discussão, de
pressão e de luta com o Governo, Ver. Reginaldo Pujol, da Frente, que sempre
apoiou esse processo de defesa do Plano Municipal do Livro e da Leitura. E o
Plano, para se consolidar, precisa ter orçamento. Eu, particularmente, fiquei
extremamente chocada quando vi o Orçamento deste ano. Todo ano, nós precisamos
resolver, no Parlamento, a questão das emendas para ter recursos para o nosso
Plano Municipal do Livro e da Leitura. O meu sonho vai ser o dia em que vier no
Orçamento R$ 500 mil para o Plano Municipal do Livro e da Leitura e nós não
precisarmos emendar nada, a não ser saudar que o Plano se consolidou na cidade
de Porto Alegre. Muito embora o Governo tenha mandado esse valor irrisório, o
Plano vem se consolidando em ações, como a questão do concurso público que teve
para o livro, como a questão da Biblioteca do Arquipélago, que é uma política
de descentralização do livro e da leitura lá nas ilhas, uma comunidade tão
necessitada, que foi uma das primeiras a ser contemplada. Teve o Bibliotaxi, amplamente
divulgado, com notícia na grande mídia. E que bom que foi notícia o nosso
Bibliotaxi, mas não seria possível sem os recursos que nós votamos no Orçamento
e que são sempre feitos por esta Vereadora a partir de emenda. Então, eu fico
triste por não ter esses recursos contemplados e, ao mesmo tempo, contente,
porque a nossa emenda, Ver. Airto Ferronato, foi indicada como aprovada sem
subemenda, sem redução de valores. Até há pouco, estava conosco o Presidente da
AGES, o Caio Riter, que muitas vezes esteve aqui na Câmara de Vereadores
lutando pelo livro e pela leitura.
Então, quero cumprimentar o Relator por essa
compreensão, acho que é uma conquista do Plano Municipal do Livro e da Leitura
que se consolida na cidade de Porto Alegre na medida em que a emenda, Ver.
Airto Ferronato, é imediatamente aceita e garantida no bloco das aprovadas.
Claro que queremos que as bibliotecas nos acompanhem para que vejam essa
votação e essa vitória.
Nós queremos, obviamente, discutir o conjunto de
outras emendas de minha autoria que foram rejeitadas, ou de autoria do Ver.
Prof. Alex e, sobretudo, um fazer debate estrutural sobre a questão da saúde.
Nós não conseguimos aceitar que o Orçamento do ano de 2016 venha com R$ 86
milhões faltando para a saúde pública. Do dinheiro que hoje se tem para
garantir posto de saúde, para garantir medicamento, para garantir os hospitais
faltaram R$ 86 milhões, se comparado ao Orçamento de 2015. Vocês imaginem a
crise na saúde pública que já sofre com as longas filas, que já sofre com a falta
de profissionais, que já sofre com a falta de medicação, como vai se
potencializar essa crise numa das áreas que é mais carente da nossa população.
Então, o debate estratégico e profundo sobre a questão orçamentária, sobre a
necessidade de cortar os CCs, sobre a necessidade de cortar verba da
publicidade, sobre a necessidade de priorizar as questões sociais neste momento
de crise, quando diminuem os repasses de ICMS, os repasses federais em função
da crise econômica, que os governos insistem em tentar fazer medidas que só
atacam mais o povo, em vez de taxar as grandes fortunas, de fazer auditoria da
dívida pública, combater os privilégios dos ricos... Infelizmente, a lógica tem
sido o contrário, e isso respinga nos Municípios. Mas nós não podemos aceitar
que a saúde de Porto Alegre entre em colapso. Vamos fazer esse debate a seu
tempo, mas, neste momento, eu queria falar do livro e da leitura.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Waldir Canal): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir
o PLE nº 035/15.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores;
é repetitivo o meu discurso quando do encaminhamento do Orçamento deste ano, do
ano que passou, de dez anos trás e assim por diante. Não muda em função do dirigente
do Município em relação às práticas que já tomaram conta deste País.
Lamentavelmente, o meu desgosto se dá por razões que são nascidas nos mais
diversos momentos da vida brasileira e em todos os poderes: tanto federal,
quanto estadual ou municipal. Não é à toa que se diz que, ao longo do tempo, o
Orçamento criou uma imagem de ser uma ficção em cima da qual a gente estimula
ilusões. Há pouco, inclusive, ouvi aqui a Ver.ª Fernanda Melchionna e chamei-a
antes de subir à tribuna. Ela me confirmou que, das duas emendas que se
patrocinaram o ano passado, uma delas não foi contingenciada. E que, nessa
emenda de apoio à leitura em que não houve contingenciamento, foi feito – e eu
tenho conhecimento disso – um excelente trabalho coordenado por uma servidora
pública que não tem a menor vinculação com o meu partido político, que coordena
a Secretaria da Cultura, mas que não deixa de criar condições para que se
desenvolva a atividade feita pelos seus servidores, independentemente da
coloração política que eles têm. Aliás, é exatamente em função dessa
expectativa que as emendas nos surgem e que a gente ainda aprova esses
Orçamentos, buscando agora, inclusive com a alta sensibilidade do Ver.
Ferronato, contemplar, e bem, duas propostas da área da cultura que são consequência,
uma delas, do trabalho que já se iniciou, e outra, da iniciativa que quer se
fazer especialmente na área da leitura. A alguns pode surpreender a
circunstância de que, de uns tempos para essa data, as decisões e as demandas
do Orçamento Participativo tem marcado, de uma forma muito expressiva, a
preferência e o apoio às atividades culturais, especialmente aquelas
descentralizadas, colocadas em toda periferia de Porto Alegre, como são, Ver.ª
Fernanda, as bibliotecas, cujo apoio nos é solicitado no dia de hoje e que,
certamente, não nos faltará um para ser dado no dia de hoje. Então, a colocação
de apoio maciço por parte do Orçamento Participativo às atividades culturais
deixa claro que não se trata de uma cultura deletéria, uma cultura clássica que
a grande maioria da população possa dela não participar. Então, Sr. Presidente,
eu que tenho esse desgosto com relação a essa prática comum no País do corte
orçamentário do chamado contingenciamento, acho que o Prefeito Fortunati pelo
menos busca ser coerente com o que diz, na medida em que diz que é necessário
que se prestigiem as demandas do Orçamento Participativo, e neste sentido
contempla no orçamento aquilo que foi demandado do Orçamento Participativo,
agrade ou não agrade a quem quer que seja neste particular, mas sendo coerente
com a proposta e com a definição de prestigiar o Orçamento Participativo.
Aliás, acho que a presença do Orçamento Participativo no Acampamento
Farroupilha é muito positivo, merece inclusive um aplauso em vez de crítica, na
medida em que desenvolve um excelente trabalho, digno de ser aplaudido pela
população. Então, Sr. Presidente, nesta discussão às vezes acadêmica em torno
do orçamento, algumas coisas se materializam, e eu observo com grande grau de
satisfação que, progressivamente, vai se colocando mas recursos para as
atividades culturais. Eu sei que V. Exa., por exemplo, tem vínculo na Ilha da
Pintada, onde existe uma oficina conveniada com a Secretaria Municipal de
Cultura cujo trabalho é espetacular. Esta descentralização que se faz, fazendo
com que na Restinga se ensine balé para as crianças, que na Glória ocorra a
mesma coisa, que na Ilha da Pintada há coisas maravilhosas que aquela
professora realiza, se não me engano até já se homenageou aquela professora; se
não homenageou aquela professora, devemos homenageá-la, porque
faz um belíssimo trabalho. Essa ação descentralizada é que ameniza, em boa
parte, a minha frustração diante da prática lamentavelmente já incrustada nas
atividades públicas brasileiras, que é o chamado corte orçamentário; essa
atividade da tesoura que normalmente me desagrada, e me desagrada
profundamente. Por isso, Sr. Presidente, agradeço sua atenção e cumprimento-o
pela ação forte que tem desenvolvido nessa área a qual estou me dirigindo no
momento. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Waldir Canal): Obrigado, Ver.
Reginaldo Pujol. O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para discutir o PLE nº
035/15.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores, realmente o orçamento do Ver. Airto Ferronato
contempla várias emendas, de vários Vereadores. Eu mesmo tenho algumas emendas
contempladas. Mas tenho duas emendas de grande interesse da população; uma, que
propõe à cidade de Porto Alegre – estou com um projeto tramitando nesta Casa,
mas já queria propor no Orçamento –, para a rede de ensino, recursos para as
creches conveniadas estenderem seu atendimento das 18h às 22h. Duas creches na
Região do Centro, duas na Região Noroeste, uma creche no bairro Cristal e uma
creche no bairro Partenon, onde há a maior concentração de trabalhadores do
comércio e serviços que têm necessidade dessas creches funcionarem até as 22h.
Para minha surpresa, foi rejeitado com o argumento da Secretaria de Educação
que é proibido que as creches funcionem até esse horário. Um argumento
descabido, um argumento completamente fora dos padrões, até porque é uma
política do partido, nas cidades que administram, ter creches que funcionem 24
horas. A entidade a qual eu sou diretor tem creches que funcionam nesse
horário. Quer dizer, as mães têm que trabalhar e não podem deixar seus filhos
sozinhos. Então, eu faço um apelo ao Relator e à Secretária para que revejam
suas posições, no sentido de fazer uma experiência nessas seis creches com a população
de Porto Alegre. No Orçamento, na LDO já há uma rubrica na questão dos postos
de saúde para que os postos de saúde funcionem 24 horas, mas me foi proposto
pela Juliana Maciel Pinto e pelo IBGDA, ao pessoal do meu gabinete, ao meu
chefe de gabinete, meus assessores, fazer uma experiência de abrir a unidade
básica do Morro São José, do Morro Santana, da Vila Jardim e da Assis Brasil
dando um atendimento aos trabalhadores das 17h até as 22h. Conversaram com meus
técnicos, com meu chefe de gabinete e propuseram fazer uma experiência para que
eu escolhesse algumas unidades - essas foram as escolhidas, que também foram
rejeitadas pelo Relator.
Então, venho aqui
fazer um apelo ao Relator para que reconsidere essa atenção primária em saúde,
do programa Porto Alegre mais Saudável, a necessidade dos trabalhadores dessa
região com a maior densidade de trabalhadores em Porto Alegre, para que esses
postos funcionem nesse horário esticado, que depois as UPAs nessas regiões
complementariam. Este orçamento, na questão da saúde, teria outras
questões para serem discutidas que, no decorrer do debate que nós teremos nos
destaques das emendas, com certeza, nós iremos aprimorar os nossos Pares. Muito
obrigado, Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Waldir Canal): O Ver. Marcelo Sgarbossa está com a palavra para
discutir o PLE nº 035/15.
O SR. MARCELO
SGARBOSSA: Uma boa tarde a todos e a todas, estamos aqui discutindo esta
importante lei, uma das mais importantes para o nosso Município. E eu trago
aqui novamente o que fiz, há algumas semanas, esta relação aqui, um estudo que
a nossa assessoria fez, em relação aos investimentos em 2015. Nós tínhamos aí
previstos de investimento 1 bilhão e 38 milhões, e foi efetivamente liquidado,
ou seja, efetivamente realizado, ou seja, o Município conseguiu efetivamente
cumprir apenas o valor de 306 milhões. E isso, para ter um percentual, daria
29%. Então, fiz aqui já numa outra ocasião esta ressalva de que, por mais que
consigamos prever situações, prever Orçamento, prever recursos, se mantivermos
essa média, teremos novamente liquidados, ou seja, executados, projetos
apresentados, efetivamente ido para a vida real apenas 29% daquilo que
aprovamos aqui.
Então, vejam que isso reflete o quanto a Prefeitura
não consegue, Paulo, dar conta daquilo que é planejado, previsto
orçamentariamente e falta aí capacidade. Nenhum Governo conseguiu realizar,
efetivamente, liquidar 100%, diga-se a verdade. Isso realmente está fora de
qualquer cogitação, mas, no passado, conseguia-se executar, conseguia-se
entregar o serviço, digamos assim, em muito mais do que 30%. Então, eu faço
aqui essa lembrança de que, relativo a tudo que discutirmos e aprovarmos, a
seguir nesse ritmo, teremos uma eficácia de 30% apenas de tudo que nós estamos
discutindo. E quero aqui também fazer essa ressalva nessa questão da emenda,
proposta pela Ver.ª Fernanda e pelo Ver. Alberto, que trata exatamente do
fortalecimento dessas redes, das Redes de Leitura - Bibliotecas Comunitárias de
Porto Alegre. Como foi colocado aqui, realmente, R$ 2 mil é muito pouco; acho
que é um valor sequer simbólico para algo tão importante na Cidade. Quero
testemunhar aqui que, este ano, a Câmara não teve o stand na Feira do Livro, mas, há dois anos, tínhamos um. Fizemos lá
uma oficina, e me lembro que a Ver.ª Fernanda já estava com a Frente
Parlamentar de Incentivo à Leitura, levantando o tema e trazendo para dentro da
Câmara Municipal. Parabéns pela emenda, mas que pena que, de novo, não
conseguimos garantir isso em recurso.
Nós
conseguimos aqui as duas assinaturas para destacar a emenda, então estamos
destacando uma emenda que foi aprovada, numa forma de reconhecimento. Faremos,
depois, em um momento oportuno, mas a nossa emenda, de nossa autoria, trata da
confecção de material e divulgação para o Conselho Municipal dos Direitos da
Mulher. Então, é uma forma para que as políticas públicas consigam divulgação,
consigam embasamento para a sua própria divulgação, e não apenas algo retórico,
algo com que se concorda, mas para o qual não se dá efetividade. Não vou dizer
um agradecimento, porque estamos falando em bem público, e não em algo
relacionado ao mandato, mas reconhecemos a sensibilidade, no relatório, de
acolher essa emenda que trata dessa política tão efetiva, que deve ser a da
promoção das políticas públicas para as mulheres. Então, vamos discutir mais.
Faço, infelizmente, a ressalva, novamente, de que apenas 30% do que foi
previsto anteriormente foi, efetivamente, liquidado. Acho que a Prefeitura
pode, também, dar um salto de qualidade na execução da previsão orçamentária.
Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Waldir Canal): Apregoo Ofício do Sr. José Fortunati, Prefeito
Municipal: (Lê.)“Cumprimentando-o cordialmente, comunico a V. Exa. e demais
Edis, conforme prevê a Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, que deverei
ausentar-me do Município das 07h às 13h53min do dia 03.12.15, ocasião em que
participarei da solenidade de lançamento oficial do Índice de Cidades
Empreendedoras do Brasil, e, ainda, painel de discussão com Prefeitos, em São
Paulo, a convite da ENDEAVOR”.
Apregoo e defiro o Requerimento de autoria do Ver.
Antonio Matos e de outros Vereadores, solicitando que sejam votadas em destaque
as Emendas nº 79, nº 154 e nº 138 ao PLE nº 035/15.
O SR. KEVIN KRIEGER
(Requerimento): Sr. Presidente, Ver. Waldir Canal, eu gostaria de
solicitar, através do Relatório de autoria do Ver. Airto Ferronato, que
pudéssemos votar em bloco as emendas aprovadas pela CEFOR.
Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Clàudio Janta,
o Requerimento de autoria de Ver. Kevin Krieger. (Pausa.) (Após apuração
nominal.) APROVADO por 22 votos SIM.
Em votação a Emenda nº 61, destacada, ao PLE nº
035/15. (Pausa.) O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para encaminhar a
votação da Emenda nº 61, destacada, ao PLE nº 035/15, como autor.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, há três anos, desde que chegamos aqui
nesta Casa, na LDO, vêm sendo aprovados recursos complementares para o
funcionamento das Unidades Básicas de Saúde até as 22h. Este ano, nós fomos
procurados por técnicos do Governo que nos propuseram diminuir esses recursos e
fazer um teste de abrir algumas unidades na Cidade de Porto Alegre. Os técnicos
do meu Gabinete fizeram essas negociações. Eu disse para eles deixarem tudo
como estava, tudo como foi feito nos três últimos anos. E eles fizeram as
negociações com os técnicos da Secretaria da Saúde. As negociações se
encaminharam, foram solicitadas as unidades, na Vila Jardim, na Assis Brasil e
no Morro Santana; portanto essa emenda estava acordada com os técnicos da
Secretaria da Saúde, estava acertada com os técnicos da Secretaria da Saúde. Já
disse em outras vezes aqui que o que está acertado, que está acordado, que seja
cumprido. Até hoje, para minha surpresa, o que eu tinha acordado e acertado com
o Governo e com os técnicos do Governo que fazem o orçamento sempre tinha sido
cumprido. No outro ano, a oposição me procurou pra assinar, pedindo destaque às
emendas. Eu disse que não iria assinar porque tinha feito acordo com o Governo,
e o Governo cumpriria as minhas emendas. Eu cumpri o acordo que fiz com o
Governo, como cumpro acordo que faço com qualquer colega aqui nesta Casa. Até
posso me arrepender lá na frente, mas cumpro a minha palavra e o meu acordo. Eu
fui procurado, não procurei ninguém! Eu já tinha um acordo com os técnicos da
Fazenda para a minha emenda e eu vinha fazendo há três anos, desde que cheguei
aqui – e desde que aprovei aqui a minha emenda, a minha rubrica. Eu não
procurei ninguém! Eu não bati na porta de ninguém! Eu não fui atrás de ninguém,
eu fui procurado. O meu Gabinete foi procurado. Isso foi proposto, e os meus
técnicos aceitaram. Sentaram, aceitaram e fizeram a emenda. Para a minha
surpresa, essa emenda veio rejeitada – orientaram o Relator a rejeitar a emenda. Até agora, ninguém me explicou por
quê. A Coordenadora de Planejamento da Secretaria da Saúde desenhou, fez a
emenda e disse que havia recursos, e ela explicou quais eram os recursos
necessários, ela que apontou os recursos necessários para a atenção primária na
saúde, para abertura desses postos. Só me coube apontar os postos. Então, venho
pedir aos meus Pares que a gente valorize os acordos feitos e assinados,
principalmente os acordos de palavras homologados e feitos nesta Casa. Por isso
pedi o destaque dessa emenda para discutir nesta Casa, para discutir com os
Pares, porque é importante que se abram os postos de saúde na cidade de Porto
Alegre, é importante que se faça a dita experiência nos postos de saúde de
Porto Alegre, que foi uma proposta vinda da Secretaria de Saúde de Porto
Alegre. Então, nós esperamos que este plenário refaça o acordo feito dessa
proposta de abrir esses postos de saúde. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Waldir Canal): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Clàudio
Janta, a Emenda nº 61 ao PLE nº 035/15. (Pausa.) (Após apuração nominal.) APROVADA por 13 votos SIM, 04 votos NÃO e 06 ABSTENÇÕES.
Em votação a Emenda
nº 62, destacada, ao PLE nº 035/15. (Pausa.) O Ver. Clàudio Janta está com a
palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 62, destacada, ao PLE nº 035/15.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores, essa aqui não tem nenhum acordo com o Governo,
essa emenda eu pedi, é uma emenda necessária, para a qual espero a
sensibilidade dos meus Pares. É necessário que a cidade de Porto Alegre comece
a mudar. Nós temos mais de 800 mil trabalhadores que trabalham depois das 17h,
são trabalhadores de serviços, do comércio, funcionários públicos, vigilantes,
rodoviários, são trabalhadores que continuam na labuta depois que as creches do
Município fecham, trabalhadores que necessitam que essas creches continuem
abertas, trabalhadores que não usam as creches comunitárias de bairro, trabalhadores
que exercem suas funções nas redondezas. E depois das 18h, temos mais de 200
mil trabalhadores que são funcionários de hotéis, são funcionários do comércio,
principalmente trabalhadores de shopping
centers, que trabalham em vigilância, que necessitam que as creches atendam
suas famílias. Há várias cidades que têm creches que funcionam até as 22h. E há
o exemplo da cidade de Passo Fundo, que tem creches que funcionam 24 horas para
atender às necessidades dos profissionais da saúde, para atender às necessidades
dos profissionais do comércio que funcionam nesse turno. Propomos aqui que duas
creches funcionem na região do Centro de Porto Alegre, que a Prefeitura escolha
duas creches conveniadas, duas creches do Município que funcionem na região
central de Porto Alegre para atender os filhos desses trabalhadores; duas
creches na região noroeste de Porto Alegre para atender às necessidades dos
trabalhadores daquela região, que tem um grande fluxo de pessoas; uma outra
creche no bairro Cristal, que pega um grande número de trabalhadores do
BarraShoppingSul, um grande número de vigilantes, um grande número de
profissionais que atuam naquela região; uma creche no bairro Partenon. É uma
experiência que o Município de Porto Alegre tem que fazer; é uma experiência
que o Município de Porto Alegre deve a essas pessoas que trabalham até tarde, a
essas pessoas que fazem girar economia deste Município, que funciona
exclusivamente com comércio e serviços, pois a pujança deste Município vem de
comércio e serviços, cujos profissionais merecem essa credibilidade, merecem
esse respeito, para poderem deixar seus filhos até as 22h, que é o horário de
funcionamento da maioria dessas empresas de comércio. As entidades que atendem
esses trabalhadores têm creches, mas não são suficientes, precisam do apoio do
Município. É uma experiência que é válida, é uma experiência que este Município
teria que fazer, por obrigação, pela população de Porto Alegre, pelas crianças
da nossa Cidade, principalmente pelos pais que começam a ficar aflitos nesse
horário, porque dependem de alguém da sua família ir buscar as crianças,
dependem de alguém vir recolher essas crianças e levá-las embora para casa, ou
dependem da boa vontade do patrão na hora de contratar para ter um horário
compatível, para essas crianças não ficarem à mercê quando ingressarem no
mercado de trabalho. Então, vim pedir aos meus pares que aprovem essa emenda,
pelo menos deem uma rubrica para o Executivo começar a discutir, deem uma
rubrica para o Executivo ter um norte, para começar a discutir essa questão da
rede de ensino no programa Infância e Juventude Protegidas, para as crianças de
Porto Alegre terem, realmente, uma cidade amiga das crianças, para realmente a
gente dar as condições para esses pais trabalharem com tranquilidade e para que
essas mães ou esses pais possam almejar um emprego nesse turno que, muitas
vezes, de acordo com a concorrência, de acordo com a data, de acordo com o
movimento, pode render mais o seu salário, principalmente agora, fim do mês,
nessa época de datas festivas, é agora que as pessoas vendem mais. Venho fazer
um apelo aos colegas para que votem a favor da Emenda de nº 62. Muito obrigado,
Sr. Presidente.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Waldir Canal): O Ver. Airto
Ferronato está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 62,
destacada, ao PLE nº 035/15.
O SR. AIRTO FERRONATO: Caro Presidente,
Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, como todos sabem, minha posição foi
contrária à aprovação da emenda. Primeiro: - e não é o principal dos pontos - a
emenda propõe a retirada de verbas aqui da Câmara. Segundo: o Ver. Janta propõe
que creches atuem em período maior, mais prolongado, em algumas regiões da
Cidade, Ver.ª Lourdes, em apenas algumas regiões da Cidade. Por que só em
algumas regiões? Para o trabalhador de Porto Alegre, como V. Exa. diz, que mora
na Zona Leste – nas nossas redondezas – ou no Extremo-Sul, por que para eles
não? Apenas para algumas regiões. Na minha modesta visão, ou é para
todos ou aguardemos uma proposta diferenciada para o futuro. E o debate de V.
Exa. é interessante. Só que, quando se pensa em emenda, nós não podemos pensar
apenas e tão somente no valor financeiro. É claro que financeiramente é
importante esta análise, mas nós temos que compreender que para todo e qualquer
agregado de mais horas trabalhadas nas instituições do Município
necessariamente vamos precisar de pessoal, mais pessoal. É o caso, por exemplo,
da saúde, é o caso da educação. Nós precisaríamos de mais pessoas, servidores,
para atuar nesses turnos diferenciados que estão aí. Portanto, por essas razões
todas, eu acredito que a emenda do Ver. Janta é positiva, porque ela suscita o
debate, mas, neste momento, eu acho que nós devemos manter a posição que
coloquei aí. Vamos votar contra, porque nós causamos uma desestruturação, com
certeza, não apenas financeira, mas muito mais em termos de quantidade e volume
de serviço que se agrega com elas e a necessidade de mais servidores. Portanto,
a repercussão financeira é muito maior do que apenas esse um milhão colocado
pelo Ver. Janta. Obrigado; vou votar contra a emenda.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Waldir Canal): O Ver. Antonio Matos está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 62, destacada, ao PLE nº 035/15.
O SR. ANTONIO
MATOS: Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, Ver. Clàudio Janta, em especial; eu
queria só colocar sobre essa emenda. Eu, como militante do movimento social,
dirigente de instituição, participei do Fórum Municipal dos Diretos da Criança
e do Adolescente. Esse Fórum já tem uma definição de três, quatro anos,
Vereador, a favor da abertura de creches até as 22h. Assim como o movimento
social da saúde também já tem a definição, há muitos anos, da abertura dos
postos de saúde até as 22h. Mas devemos continuar o assunto das creches até as
22h, Vereador, para a gente poder definir alguns problemas de operacionalidade.
Como fundamental, como premissa nesse assunto é a abertura até as 22h. Era isso
que eu queria informar ao conjunto do plenário.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Waldir Canal): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Clàudio
Janta, a Emenda nº 62 ao PLE nº 035/15. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 09 votos SIM, 11 votos NÃO e 03 ABSTENÇÕES.
Em votação a Emenda nº 66, destacada, ao PLE nº
035/15. (Pausa.) O Ver. Prof. Alex Fraga está com a palavra para encaminhar a
votação da Emenda nº 66, destacada, ao PLE nº 035/15.
O SR. PROF.
ALEX FRAGA: Boa tarde, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores,
público que nos assiste pela TVCâmara e nas galerias; eu venho à tribuna para
rapidamente fazer uma pequena colocação. Com relação ao Parecer negativo desta
Emenda que eu propus, o biogás ou metano é um gás produzido naturalmente pela
ação de microorganismos a partir da degradação de matéria orgânica, seja de
qual fonte for. O Ver. Airto Ferronato e sua equipe apontaram que já há
estratégias nesse ponto no Município de Porto Alegre. Porém, Ver. Airto
Ferronato, todas as propostas que existem no Município versam sobre o
aproveitamento de biogás para resíduos sólidos, resíduos domiciliares. Não há
pesquisa no Município de Porto Alegre com relação aos resíduos fecais. O nosso
esgoto cloacal, a partir da instalação das unidades de tratamento - esses
resíduos - pode ser utilizados para a produção de biogás em grande quantidade.
E, é claro, a fonte de energia é inesgotável.
Nós temos o aterro sanitário da Extrema, que já foi
encerrado. Se não me falha a memória, ele teve cinco ou sete anos de
utilização, atingiu o topo de sua capacidade e, atualmente, produz uma
capacidade muito pequena de metano. Talvez isso inviabilizasse a sua utilização
para obtenção do biogás. Porém, os nossos resíduos fecais, o nosso esgoto
domiciliar é uma fonte inesgotável de matéria orgânica e, potencialmente, de
energia para a nossa Cidade. Se não houver uma pesquisa séria e uma dedicação a
esse tema, nós vamos continuar na Idade Média da produção energética. Aliás,
Porto Alegre praticamente não tem produção de energia. Nós não temos usinas,
nós não temos um grande incentivo para a utilização das placas ou painéis fotovoltaicos; Porto Alegre também não utiliza energia
aeólioca. Então o nosso Município está atrás em termos de produção. A produção
energética a partir dos resíduos cloacais é uma fonte inesgotável de energia -
eu acredito - a energia do futuro, porque, convenhamos, senhoras e senhores,
esse é um problema que pode ser uma solução para a questão da crise energética,
que todo o ano se avizinha, todo o ano é discutida. Sejamos nós, porto-alegrenses,
indivíduos a dar um primeiro passo em relação a buscar uma alternativa de
futuro para a produção de energia sustentável no nosso Município, caso
contrário, Porto Alegre nunca vai ser vanguarda nesse quesito. Essa foi a minha
exposição, não vou usar todo o tempo, fica aqui o meu esclarecimento e a minha
preocupação; não podemos parar no tempo, temos que olhar o futuro, e o futuro é
o aproveitamento de todo e qualquer resíduo que possa ter utilização, neste
caso para a produção de energia. Um abraço e boa tarde.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Waldir Canal): O Ver. Airto Ferronato
está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 66, destacada, ao PLE
nº 035/15.
O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente,
Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, acho que é interessante subir à tribuna,
primeiro lugar, para cumprimentar o Ver. Alex, jovem e brilhante Vereador de
Porto Alegre, porque a sua proposta é uma proposta à defesa da questão do bio
para os combustíveis, é uma proposta muito interessante que merece uma atenção
especialíssima de todos nós, o biogás. O globo terrestre está vivendo momentos
que assustam e preocupam, enquanto geração de CO2; portanto,
olhamos com muito bons olhos a proposta. Agora, a ideia da rejeição decorre -
recentemente falei na anterior - num viés financeiro, e, no viés, nós
precisamos ter o cuidado para não aprovar propostas que retire mais recursos da
rubrica do que ela efetivamente necessita, primeira questão. A segunda questão,
na minha visão, meu caro Ver. Alex, que essas questões, que são estratégicas,
poderiam, sim, ser tratadas ou começar a serem encaminhadas através de
parcerias com o setor privado. É possível, sim, e há empresas que estão aí com
capacidade técnica que se disporiam a fazer isso. Porque eu concordo que a
geração de matéria prima que uma cidade como Porto Alegre produz é uma geração
suficiente para uma operação economicamente viável, e muito viável. Portanto,
eu acredito que essa discussão é uma discussão que tem mérito, sim. E que a
partir desses encaminhamentos que a Câmara conduz, nós estamos aí para
sinalizar ao Governo e à Cidade, e por que não ao poder privado, no sentido de
que Porto Alegre tem, sim, espaço para isso, e nós vemos, olhamos e enxergamos
com muito bons olhos essa proposta que diga que as grandes cidades brasileiras
precisam, sim, se preocupar com a questão essencialmente do meio ambiente.
Portanto, quero cumprimentá-lo por isso e dizer que as razões para a não
aceitação da proposta foi exatamente o olhar carinhoso que tem que se dar para
a origem do recurso e também essa ideia da questão econômica do processo. Por
isso vou votar pelo Parecer, e o cumprimento mais uma vez pelo belo debate.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Waldir Canal): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Kevin Krieger, a Emenda nº 66
ao PLE nº 135/15. (Pausa.) (Após apuração nominal.) REJEITADA por 08 votos NÃO,
12 votos NÃO e 02 ABSTENÇÕES.
(A Ver.ª Jussara Cony assume a presidência dos trabalhos.)
A SRA. PRESIDENTE (Jussara Cony): Em votação a Emenda nº 68, destacada, ao PLE nº 035/15. (Pausa.) O Ver. Prof. Alex Fraga está com a
palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 68, destacada, ao PLE nº 035/15.
O SR. PROF. ALEX
FRAGA: Boa tarde, senhoras e senhores, mais uma vez venho a esta tribuna. A
emenda, desta vez, é uma emenda que abre votação orçamentária para
implementação, no Município de Porto Alegre, do incentivo e da ampliação da
nossa agroecologia. Senhoras e senhores, vem crescendo, no mundo inteiro,
debates a respeito das vantagens do consumo de alimentos orgânicos e da
utilização de produtos que não contenham elementos transgênicos na sua
composição. Esse é um debate extremamente amplo, um debate que está ganhando a
mesa de indivíduos em todos os cantos do mundo. A nossa Cidade não tem um
grande zelo com relação a essa temática.
Este ano, aqui na Câmara, nós tivemos, pela
presidência do Ver. Cassio Trogildo, a discussão, através da Comissão Especial,
da reimplantação da nossa Zona Rural. A Zona Rural de Porto Alegre, que vai sair
do papel, mais uma vez, abre essa grande possibilidade do incentivo para os
nossos produtores – já que Porto Alegre é a segunda Capital, no Brasil, com a
maior Área Rural –, para que nós transformemos a nossa Cidade em uma cidade
livre de transgênicos e de agrotóxicos. Esse tipo de implantação – por exemplo,
a criação de um selo de garantia para ser utilizado pelos nossos produtores –
pode agregar muito valor aos nossos produtos agrícolas.
Senhoras e senhores, eu fiz uma pesquisa, e os
dados que eu coletei foram bastante animadores. Estima-se que um produto livre
de transgênicos e livre de agrotóxicos, um produto dito orgânico, aquele que
não recebe adubação inorgânica, através da adição de sais, tenha um ganho entre
30% e 70% a mais do que um produto produzido nas atuais condições com uso de
herbicidas, com uso de inseticidas, com implementação de transgênicos, que
podem entrar no mercado ilegal. Se nós transformarmos a nossa Cidade numa
cidade livre desses materiais, podemos, inclusive, incrementar a renda dos
nossos produtores. A criação desse selo, a criação de uma política para cidade
de Porto Alegre, para os produtores do nosso Município, pode, sim, fazer com
que nós avancemos, nos tornemos vanguarda, dentre todas as capitais do País,
nesse tipo de prática, e isso tende a qualificar a nossa produção; tende a
aumentar a procura pelos nossos produtos. Vai trazer valorização para os
produtores da nossa Cidade. Então, eu não posso deixar de me manifestar de
forma entristecida, pelo parecer negativo, mas eu acho que a nossa Cidade
precisa desse debate. Nós precisamos olhar para a cidade que temos e tentar
vislumbrar a cidade que queremos. E a cidade que eu quero, a cidade que eu
desejo é uma cidade sustentável, uma cidade que tenha o melhor aproveitamento dos
seus resíduos. Uma cidade em que possamos comer comidas saudáveis, livres de
venenos, que vão se acumulando ao longo das nossas vidas, a cada geração.
Então, banir a utilização de pesticidas, de defensivos agrícolas só tende a
trazer o bem-estar coletivo. Uma boa tarde a todos, espero que continuemos
esses nossos debates.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Jussara Cony): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 68, destacada, ao PLE nº 035/15.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Sra. Presidente; essa emenda do Ver. Alex sobre alimentos livres de
agrotóxico é interessante, a qual me relembra que, há 15 dias, a Câmara
Municipal de Porto Alegre aprovou uma proposta de minha autoria que viabiliza o
pagamento maior para produtos que tenha sustentabilidade, ou seja, que se
preocupa com o meio ambiente. Portanto, contribuímos para isso. E a emenda do
Ver. Alex, mais uma vez, é positiva, só que ela apresenta a mesma situação da
emenda anterior: retira recursos da publicidade e vai-se esgotando a quantidade
de recurso para isso, pois não há possibilidade de retirar além de um mínimo
necessário.
Por outro lado – e o mais importante –, não é
necessária essa emenda, porque já existe uma ação estratégica no Orçamento –
ação 2384 – que contempla a emenda da produção rural. O nome da ação é “Porto
Alegre Rural”: fomento à produção e comercialização – nós já havíamos
conversado sobre isso com o Ver. Alex –, cuja finalidade expressa no PPA é
fomentar atividades agropecuárias no Município de Porto Alegre, garantindo, por
meio de ações, aspectos históricos, culturais, sociais, ambientais e
econômicos, a qualidade de vida da população urbana da nossa Cidade. Portanto,
a emenda está contemplada no conjunto da proposta de Orçamento para 2016.
Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Jussara Cony): Em votação nominal, solicitada por esta
presidência, a Emenda nº 68 ao PLE nº 035/15. (Pausa.) (Após a apuração
nominal.) REJEITADA por 08 votos SIM, 12 votos NÃO e 02 ABSTENÇÕES.
Em votação a
Emenda nº 79, destacada, ao PLE nº 035/15. (Pausa.) O Ver. Antonio Matos está
com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 79, destacada, ao PLE nº
035/15.
O SR. ANTONIO MATOS: Senhoras e senhores, a Emenda nº 79 vem de uma proposição a
partir da identificação de que Porto Alegre não estava incluída no Plano
Nacional de Outorgas de rádios comunitárias. Quero chamar a atenção,
principalmente do Vereador responsável pela apresentação. Como Porto Alegre não
foi incluída no Plano Nacional de Outorgas, no dia 12 de agosto, esta Casa
aprovou um pedido, subscrito pelo Ver. Mauro Pinheiro, e encaminhado ao
Ministro das Comunicações, pedindo para que Porto Alegre fosse incluída no
edital. Isso significa o seguinte: Porto Alegre não estava incluída na verba do
Ministério de Comunicações para editais dentre as muitas cidades do Rio Grande
do Sul e centenas do Brasil. E, no dia 13 de agosto, um documento subscrito
pelo Presidente Mauro Pinheiro, encaminhado ao Ministro, foi aprovado, foi
aceito pelo Ministro que Porto Alegre pudesse, portanto, usufruir as verbas do
Ministério das Comunicações. Baseado nisso, foi apresentado a Emenda nº 79, que
faz um pedido de realocamento dentro da mesma rubrica – portanto não retira
dali, apenas realoca – de verba para as rádios comunitárias de Porto Alegre,
para as rádios que não existem, para que o movimento social de Porto Alegre,
que quer constituir rádio comunitária, possa ter um apoio. É nesse sentido.
Quero chamar atenção de que, no final da avaliação, se diz que não se pode usar
dotação orçamentária em entidades que não sejam reconhecidas como de utilidade
pública. Na realidade não é isso, não tem como ser de utilidade pública uma
entidade que não existe ainda. Este edital é para constituir rádios comunitárias
em Porto Alegre, é uma verba que vem de Brasília. O que propomos, com esta
emenda, é no sentido de orientar as futuras rádios comunitárias de Porto
Alegre. Eu mesmo, um tempo atrás, criei um projeto de rádio comunitária que foi
aprovado, foi aceito todo ele, cem por cento do que foi constituído. Por que
não recebemos? Porque Porto Alegre não estava preparada, não constava no edital
de outorga de rádio comunitária. Espero ter explicado. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Jussara Cony): Obrigado,
Vereador.
Em votação nominal,
solicitada pelo Ver. Clàudio Janta, a Emenda nº 79 ao PLE nº 035/15. (Pausa.)
(Após a apuração nominal.) REJEITADA por
09 votos SIM, 12 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.
Apregoo Memorando nº
046/15, desta Vereadora, nos termos do art. 227, § 6º e 7º do Regimento –
justificativa de falta –, que comunica a sua participação, como Delegada eleita
em Conferencia Estadual, na 15ª Conferencia Nacional de Saúde, no Centro de
Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília/DF, no período de 1º a 05 de dezembro
de 2015.
Apregoo Memorando nº
039/15, de autoria do Ver. Alberto Kopittke, nos termos do art. 227, § 6º e 7º
do Regimento – justificativa de falta –, que comunica a sua participação no I
Colóquio de Segurança Pública para o Brasil, na cidade de Belo Horizonte/MG, no
período de 02 a 04 de dezembro de 2015.
O SR. CLÀUDIO JANTA (Requerimento): Sra.
Presidente, solicito uma Sessão Extraordinária, conforme os Líderes aqui.
A SRA. PRESIDENTE (Jussara Cony): Há acordo de
Líderes? (Pausa.) Não há. Sr. Vereador, de acordo com o Regimento desta Casa,
encerrou o horário da Sessão. Está encerrada a presente Sessão, V. Exa. deveria
ter solicitado a Extraordinária durante o período da Sessão. Está encerrada a
Ordem do Dia e os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a
Sessão às 18h52min.)
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